Oi (OIBR3): Deputado teme concentração de mercado e chama debate na Câmara

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados promove audiência pública na quinta-feira (21) para tratar da venda da Oi Móvel para o consórcio formado pelas operadoras TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro. O debate foi solicitado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO).

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Vaz lembrar que a Oi (OIBR3) apresentou pedido de recuperação judicial em 2016 e, desde então, começou a receber propostas de compra. Em dezembro de 2020, foi vendida por R$ 16,5 bilhões para as operadoras.

“O caso revela um movimento coordenado das operadoras com o objetivo de ampliar suas participações e concentrar o mercado. O resultado dessa negociação poderá ser altamente prejudicial aos consumidores brasileiros, que já não contam com muitas opções neste segmento”, diz o deputado.

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Foram convidados para a audiência pública:

  • a diretora do departamento de Política Setorial do Ministério das Comunicações, Nathália Almeida Lobo;
  • a superintendente de Competição substituta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Priscila Honório Evangelista;
  • um representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade);
  • o coordenador do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Diogo Moyses;
  • o vice-presidente e diretor de Regulamentação e Assuntos Institucionais da Oi S/A, Carlos Eduardo Monteiro de Morais Medeiros e o diretor de Relações Institucionais e governamentais, Eduardo Levy;
  • o vice-presidente jurídico e regulatório da Claro, Oscar Petersen;
  • um representante da operadora Tim;
  • um representante da operadora Vivo;
  • e o presidente da Associação NeoTV, Alex Jucius.

O debate está programado para as 10 horas no plenário.

Entenda recuperação judicial da Oi

Em junho  de 2016 a operadora registrava o maior pedido de recuperação judicial já feito no país, com dívidas que chegavam a R$ 65,4 bilhões.

Cinco anos depois, a Oi tem uma dívida líquida de R$ 21,8 bilhões, com projeção de cair a R$ 14 bilhões em 2024. Mas nesse período, a receita também encolheu, de R$ 26 bilhões para R$ 18,8 bilhões; e o prejuízo aumentou, de R$ 8,2 bilhões para R$ 10,5 bilhões, no ano passado.

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fim da recuperação judicial (RJ) estava previsto para encerrar no início deste mês, mas foi adiado pela justiça, passando a previsão para 30 de março de 2022. Isso porque é fundamental concluir a venda dos ativos da Oi antes. A RJ é considerada uma medida extrema, que em muitos casos pode ser o último recursos para evitar falência da companhia.

Com isso, após o aditamento da RJ em outubro de 2020, a tele formou cinco UPIs que nada mais são do que divisões de parte dos ativos da empresa de forma a facilitar suas vendas.

As cinco UPIs foram:

  1. UPI TVCo –  A operadora ainda apura possíveis interessados
  2. UPI Torres – A venda foi realizada para a Highline por um valor de R$ 1,06 bilhão
  3. UPI Data Center – Vendida para a Titan no valor de R$ 325 milhões
  4. UPI Ativos Móveis -Vendida para o consórcio (TIM, Vivo e Claro) por R$ 16,5 bilhões
  5. UPI InfraCo – Vendida aos fundos do BTG Pactual por R$ 12,9 bilhões

Portanto, sair da recuperação judicial sem decretar falência está nas mãos do Cade e da Anatel de aprovarem a venda dos ativos móveis da Oi ao consórcio de operadoras, e também da agência aprovar a venda do controle da InfraCo.

(Com informações da Agência Câmara)

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Poliana Santos

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