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Oi (OIBR3) inicia transformação e busca conquistar internet em SP

Oi (OIBR3)

Oi. Foto: Reprodução Facebook

O acordo do BTG Pactual (BPAC11) para que o banco possa assumir a gestão e expansão da rede de fibras deve fazer com que a Oi (OIBR3) encerre o ciclo de venda de ativos, planejamento que começou após a recuperação judicial, em 2016, e se transforme em uma companhia menor em receita e margens, mas com um valuation melhor no mercado.

De acordo com especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias, o momento é de renascimento na Oi, que deverá se transformar em uma companhia de atuação em outros segmentos, que não o mais famoso, de telefonia móvel, principalmente em São Paulo.

“O acordo com o BTG permitiria a operação da Oi no mercado de banda larga via fibra óptica (FTTH) e principalmente a sua entrada em São Paulo, o que lhe daria vantagem competitiva no mercado de telecom, tecnologia e mídia (TMT). No caso do ingresso no mercado de internet fixa paulista, o BTG viu uma oportunidade para a Oi contra os atuais competidores, mesmo em um cenário acirrado”, disse uma fonte com conhecimento do setor.

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De acordo com a fonte ouvida pelo SUNO Notícias, a capacidade de a Oi oferecer internet de alta velocidade em São Paulo deve dar condições de a companhia disputar um importante mercado no País com outros players.


“Segundo dados do final do ano passado, existem 11,5 milhões de assinantes no estado, e apenas 4,2 milhões com FTTH (37% do total). Ao oferecer velocidades altíssimas, a Oi conseguiria captar tanto o mercado de conexões de baixa velocidade, quanto aquelas de alta velocidade em grande área do País e o mercado importantíssimo que é São Paulo”, afirmou.

Para Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, a Oi agora deverá deixar de olhar o mercado corporativo. “A Oi será, agora, uma empresa de serviços para o cliente final, sem rede”, disse.

Para Tude, apesar das possibilidades, ainda existem questões regulatórias importantes para que a Oi possa se dedicar à mudança de serviços.

“Ainda é necessário fazer o leilão da InfraCo para o qual o BTG tem agora a preferência. Ficam também pendentes a aprovação pela Anatel e Cade da venda da Oi Móvel e infraCo”, completou Tude.

A Oi espera a aprovação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da venda da Oi Móvel e InfraCo, a empresa de telefonia deve conseguir operar em segmentos mais limitados, que deve sair ao fim de 2022.

A própria Oi estima sair da recuperação judicial no final do ano após tais aprovações. Mesmo que ainda seja necessário a finalização dos negócios pelos órgãos competentes, já é possível visualizar uma empresa mais leve e competindo com os outros players do mercado.

O negócio com o BTG gira em torno de R$ 20 bilhões para o valor de firma (EV) da InfraCo, que leva em conta a cotação das ações de uma empresa (valor de mercado), juntamente com seus ativos (caixa e patrimônio) e passivos (dívidas), para definir quando a companhia realmente vale.

Já o pagamento à Oi ficará em torno de R$ 12,923 bilhões, divididos em parcelas primária, secundária e primária adicional.

Oi optou por vender ativos para sair da RJ

Essa transformação só foi possível graças as vendas de ativos pela companhia. Em meio ao processo de recuperação judicial, a Oi optou por vender uma série de ativos para tentar contornar as dívidas e voltar a, pelo menos, parte do mercado.

A empresa dividiu as operações em cinco grandes blocos e optou por levar ao mercado as partes de telefonia móvel, torres e data centers.

A parte de ativos móveis foi vendida a um consórcio composto por Claro, TIM e Vivo por cerca de R$ 16,5 bilhões. Já o negócio das torres foi entregue à Highline, enquanto que o data centers
com foi vendido para Piemonte Holding, representada pelo fundo Titan Venture Capital.

Empresa deverá ter trajetória sustentável

Esse novo posicionamento da Oi agrada parte do mercado. A companhia deverá ser negociada por múltiplos maiores em relação a empresas de telefonia e, por isso, pode gerar um retorno maior aos acionistas.

“Eles optaram por vender todos os ativos praticamente e optar por se tornar uma empresa de banda larga, de dados, que é uma empresa em tese que vai ser negociada a múltiplos muito maiores. Uma empresa de tele negocia a múltiplos de quatro ou cinco vezes o Ebtida, já esses business de internet e dados negociam na casa de dez ou 12 vezes Ebtida com crescimento”, disse a fonte com conhecimento do setor.”, disse uma fonte com conhecimento do setor ao SUNO Notícias.

De acordo com Rodrigo Wainberg, analista de renda variável da Suno Research, a Oi deve ter uma trajetória sustentável com a nova composição da empresa e deverá direcionar melhor os recursos ao mercado de internet de fibra.

“A Oi terá uma trajetória bem mais sustentável para os próximos anos”, disse. “Acho que a última etapa é a mais importante, a Oi está de parabéns, houve uma execução muito boa do plano de recuperação judicial e, agora, a empresa vai poder direcionar os investimentos para expansão da fibra, que é seu maior ativo, e também prestar serviços para as concorrentes em telefonia fixa, móvel, internet, até porque a fibra pode ser compartilhada, não faz sentido construir cabos paralelos, então existe acordo para isso e a empresa terá uma rede neutra”, completou o analista sobre a Oi.

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