Oi (OIBR3) dispara 66% em duas semanas, mas nem empresa sabe o porquê

As ações da Oi (OIBR3) protagonizaram uma forte valorização nas últimas duas semanas, com alta de 66,67% na bolsa de valores. O movimento vai na contramão das expectativas do mercado, mas nem a própria empresa sabe explicar o motivo desta alta.

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O caso chamou atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questionou o alto escalão da Oi sobre essa oscilação relevante. Na quarta (25), em resposta à autarquia, a empresa de telecomunicações disse:

Não há fatos ou atos relevantes que em seu entendimento possam justificar possíveis oscilações atípicas no número de negócios e na quantidade negociada de ações da Companhia, além daqueles amplamente já divulgados ao mercado.

Na manhã desta quinta (26), a empresa informou que um grupo de acionistas minoritários pediu uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o intuito de destituir o Conselho de Administração da Oi.

O pedido foi feito pelos acionistas Tempo Capital Principal Fundo de Investimento em Ações, Victor Adler e VIC DTVM S/A, detentores de mais de 1% do capital social da companhia. Contudo, a documentação protocolada pelos investidores encontra-se incompleta, o que impede o andamento da solicitação por enquanto.

No pregão do dia 12 de janeiro, as ações da Oi fecharam o dia sendo negociadas por R$ 1,26. Na quarta (25), o papel ficou em R$ 2,10 — alta de 66,67%.

Só nesta semana, do dia 23 ao dia 25 de janeiro, as ações OIBR3 dispararam 65,35%: começaram valendo R$ 1,27 e agora estão custando R$ 2,10.

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Oi: Hora de comprar?

Instituições como o UBS-BB e o BTG Pactual (BPAC11) trabalham com recomendação neutra para o papel.

Em relatório publicado no domingo (22), o UBS-BB afirmou que as novidades após o fim da recuperação judicial não foram tão favoráveis para a empresa telefônica. O banco de investimentos derrubou o preço-alvo em quase 80% no domingo (22): de R$ 6 para R$ 1,35.

Os especialistas Leonardo Olmos, Andre Salles e Lucas Chaves argumentaram que os seguintes fatores não se moveram de forma favorável para as ações da Oi:

  • Fim da recuperação judicial da Oi com uma dívida bruta de R$ 22 bilhões;
  • Alavancagem acima de 10x Dívida Líquida/Ebitda;
  • Falta de acordo definitivo com os credores quanto à renegociação da dívida.

“Além disso, há uma disputa com as grandes empresas de telecomunicação, que reivindicam R$ 3,5 bilhões como um ajuste pós-fechamento da avaliação do negócio de telefonia móvel da Oi“, ponderou o time do UBS-BB.

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De acordo com o banco, até a data do fechamento do relatório, as ações da companhia tinham caído 77% nos últimos seis meses, mas a operação é negociada a 15 vezes do valor da empresa (EV)/Ebitda, em especial pela participação positiva da Oi na V.tal.

“Ficamos à margem e baixamos nosso preço-alvo para R$ 1,35, de R$ 6 (-78%), no aumento da alavancagem e na dificuldade de melhorá-la apenas com geração de fluxo de caixa“, destacou o UBS-BB em sua análise sobre as ações OIBR3.

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Erick Matheus Nery

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