O Nubank (ROXO34) apresentou os resultados do primeiro trimestre de 2025. O banco digital registrou lucro líquido de US$ 557,2 milhões no período, alta de 74% na base anual neutra de câmbio, com receita de US$ 3,2 bilhões — avanço de 40%.
O crescimento foi impulsionado por aumento da base de clientes, que chegou a 118,6 milhões globalmente, e por maior engajamento, com 98,7 milhões de usuários ativos mensais. A atuação no Brasil se destaca: cerca de 30% dos adultos já consideram o Nu seu banco principal, segundo a empresa.
Segundo David Vélez, fundador e CEO do Nubank, “o ano de 2025 começou forte”, e o banco está aproveitando “diversas oportunidades de crescimento ao expandir de forma responsável” e “ampliar nosso bem sucedido modelo de negócios”. Ele acrescenta que a empresa busca “proporcionar valor duradouro tanto para clientes quanto para acionistas”.
A eficiência operacional seguiu como destaque: o índice melhorou para 24,7%, mas sem um efeito não recorrente, teria sido de 26,7%, ainda assim uma melhora de 320 pontos-base frente ao 4T24. O custo médio mensal por cliente ativo ficou em US$ 0,7, e a receita por cliente ativo (ARPAC) cresceu 17% em base anual FXN, chegando a US$ 11,2. Já a carteira de crédito cresceu 40% e a parte que gera juros avançou 62%, alcançando US$ 13,8 bilhões.
Nubank (ROXO34): avanços operacionais sólidos, mas com riscos mais visíveis
Apesar dos fortes números operacionais, o relatório do BB Investimentos classifica o resultado do ‘roxinho’ como “misto”, apontando desafios na rentabilidade. Segundo o analista Rafael Reis (CNPI-P), o desempenho foi favorecido por “continuidade de expansão de receitas e com despesas gerais bastante controladas”, mas limitado por “maior custo do crédito e uma alíquota de imposto de renda maior”.
Entre os pontos positivos, os analistas destacaram a queda da inadimplência de longo prazo (90+ dias), que recuou de 7% para 6,5%, e a expansão da carteira de crédito com foco em produtos mais rentáveis, como os empréstimos pessoais. No entanto, preocupações persistem: a margem financeira líquida (NIM) ajustada ao risco caiu de 9,5% para 8,2%, e o índice de inadimplência de curto prazo (15-90 dias) subiu para 4,7%, “ainda que dentro também de um contexto de sazonalidade”.
Segundo a BB Investimentos, “o 1T25 trouxe elementos que ampliaram a percepção […] de que o Nubank está com dificuldade de ampliar sua rentabilidade”. A análise também aponta que “à medida que tentamos entender as aspirações do banco em equilibrar um mix ideal, vemos os movimentos de ajustes estratégicos do Nu diante de momentos inéditos de maturidade do banco ao qual ele está buscando se adaptar”.
Mesmo com a pressão sobre os indicadores financeiros no curto prazo, os analistas seguem com recomendação de compra para o papel. O preço-alvo das ações do Nubank nos EUA foi mantido em US$ 18,30, enquanto o BDR ROXO34 foi ajustado para R$ 17,85, refletindo atualização na projeção do câmbio para o fim de 2025.
A atuação do Nubank fora do Brasil também segue firme: a base no México cresceu 91% em relação ao 1T24, atingindo 11 milhões de clientes e obtendo licença bancária local. Já na Colômbia, os depósitos aumentaram 30% no trimestre, totalizando US$ 1,8 bilhão. No Brasil, o número de clientes ativos atingiu 104,6 milhões, com 60% dos usuários considerando o Nubank como banco principal.
Mesmo com os desafios, o Nubank (ROXO34) reforça sua capacidade de escalar, manter baixo custo e crescer com foco em eficiência — pilares que sustentam seu modelo de expansão nos mercados em que atua.
Notícias Relacionadas