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Nubank (NUBR33) justifica remuneração de R$ 804 milhões com ‘metas agressivas’

Nubank destaca que o presidente da companhia, David Vélez, também deve doar dinheiro da remuneração à caridade - Foto: Divulgação NYSE

Nubank destaca que o presidente da companhia, David Vélez, também deve doar dinheiro da remuneração à caridade - Foto: Divulgação NYSE

Após a cifra quase bilionária de remuneração dos diretores Nubank (NUBR33) ter vindo à tona, a fintech justifica a média de quase R$ 100 milhões para cada diretor por conta de ‘metas agressivas’ e frisa que o dinheiro deve vir por meio de emissão de ações. Se for concretizada, a remuneração será a maior do Brasil, ultrapassando a JBS (JBSS3), que distribuiu o maior pagamento aos seus diretores, de R$ 24 milhões para cada um dos cinco executivos.

O mercado havia tomado conhecimento após o Nubank arquivar um formulário de referência à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma da remuneração total prevista de R$ 804,423 milhões.

Agora, o Nubank vem a público, por meio de comunicado, “corrigir e esclarecer informações incorretas e descontextualizadas”. A fintech ressalta que a cifra não será distribuída de forma igualitária – ou seja, não serão cerca de R$ 100 milhões por diretor – mas não nega o volume destinado á remuneração dos diretores mesmo em meio a uma baixa de 57% nos BDRs do banco.

Segundo o banco digital, o Formulário de Referência 2022 da Companhia é uma previsão de remuneração para os diretores do Nubank, com R$ 804,4 milhões sendo pagos em 2022, sendo R$ 678,9 milhões (84%) do Contingent Share Award (CSA”) e outros R$ 125,5 milhões (16%) do restante da remuneração da Diretoria Estatutária.

“O CSA é um programa de remuneração em ações outorgado ao nosso fundador e Diretor Presidente, David Vélez, condicionado ao cumprimento de metas ambiciosas, e que deverá representar praticamente 100% da remuneração total do Sr. Vélez ao longo dos próximos 5 anos, período mínimo que o Sr. Vélez deverá permanecer na Companhia para fazer jus aos frutos do CSA”, diz o comunicado do roxinho.

O programa foi aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia ainda em outubro de 2021 e ratificado pelos acionistas do banco, firmando um ‘bônus’ ao presidente da companhia como “prêmio de incentivo de longo-prazo”. Assim como em demais companhias, essa remuneração será atrelada ao desempenho das ações do Nubank, que já caem mais de 50% na NYSE.

“O Sr. Vélez será remunerado com um número de ações ordinárias Classe A igual a 1% do capital social da Companhia, caso o nosso preço por ação atinja o patamar de US$18,69, cerca de 3 vezes o nosso último preço de ação de fechamento”, explica o banco.

Além disso, caso o desempenho das ações não corresponda à meta, a remuneração variável (ou bônus) será zero, e conforme já citado em entrevistas passadas, o executivo deve doar boa parte de sua fortuna à caridade.

“O Sr. Vélez aderiu à iniciativa Giving Pledge e se comprometeu a doar todas as ações resultantes do CSA à plataforma filantrópica que sua família estabeleceu para ajudar a melhorar as oportunidades para as crianças e jovens adultos mais vulneráveis e desfavorecidos da América Latina, conforme informado no Prospecto”, justifica o banco.

Remuneração dos diretores do Nubank aumentou 20%

Considerando os últimos dois anos, a remuneração da diretoria do Nubank aumentou cerca de 20%. Em 2021, o documento indica que o valor pago foi de R$ 175,471 milhões, alta de 22% para este ano. Já em 2020, foi de R$ 44,589 milhões, avanço de 25,4%  em relação a 2021.

Com isso, os investidores questionaram, nas redes sociais, a remuneração aos diretores após o Nubank apresentar um prejuízo líquido de US$ 165,3 milhões em 2021. Em termos de receita, o banco digital somou US$ 1,698 bilhão no ano passado.

Além disso, a remuneração fica acima da média do mercado: O Itaú (ITUB4), maior banco da América Latina, pagou uma média de R$ 14,4 milhões para cada um dos 25 diretores da empresa. Outro dos ‘bancões’, o Bradesco (BBDC4), que conta com 88 diretores, distribuiu R$ 9,2 milhões para cada.

Mesmo a Vale (VALE3), segunda maior empresa do Brasil em valor de mercado, fica atrás do Nubank no quesito, pagando R$ 17 milhões, em média, aos seus 9 executivos da diretoria.

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