Moody’s: rating soberano do Brasil depende de sucesso de novo arcabouço fiscal

A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, afirma que a melhora do rating soberano do Brasil ainda vai depender da implementação da regra que substituiu o teto de gastos, o novo marco fiscal.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Durante evento realizado pela agência de classificação de risco em São Paulo, a analista sênior da Moody’s apontou o esforço que o Brasil precisa fazer para estabilizar a dívida e, ao lembrar que o novo arcabouço fiscal ainda não foi de fato implementado, adiantou que a Moody’s vai aguardar seus resultados. Ela disse que o Brasil ainda precisa mostrar que consegue alcançar as metas e melhorar os resultados fiscais sob o novo arcabouço.

A lei complementar 200/2023, que substitui o antigo teto de gastos como a âncora fiscal nas contas públicas da União e que foi chamada de novo arcabouço fiscal, foi publicada no Diário Oficial no final de agosto (31/08).

Rating do Brasil está duas notas abaixo do grau de investimento

Com rating Ba2 desde fevereiro de 2016, o Brasil está duas notas abaixo do grau de investimento na escala da Moody’s. A perspectiva é estável, uma indicação de que a agência não pretende mudar a nota no curto prazo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Segundo Samar, a ênfase dada até aqui pelo governo ao aumento de receitas, como forma de equilibrar as finanças públicas nos próximos anos, levanta dúvidas, pois será difícil sustentar o crescimento mostrado pela arrecadação nos últimos dois anos. Além disso, ela considerou que o governo pode não conseguir passar no Congresso todas as medidas encaminhadas para melhorar suas receitas – entre elas, a tributação de fundos exclusivos e offshore.

Nesse sentido, a vice-presidente da Moody’s disse que o novo marco vai mostrar resultados melhores em ambiente de crescimento econômico, quando ganhos de arrecadação permitirão compensar o aumento contratado das despesas, de pelo menos 0,6% acima da inflação.

“Se as receitas não se materializarem, seja por um ciclo de baixa, seja pelo fato de a agenda no Congresso não avançar, não haverá clareza de que a meta será alcançada com corte de gastos”, declarou Samar.

Além da implementação e do desempenho da nova regra fiscal, Samar disse que a manutenção de suas metas e a continuidade de políticas econômicas serão importantes para o Brasil voltar a ter o rating elevado pela Moody’s.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião