Entenda por que as ações da Mitre (MTRE3) recuaram 5% hoje
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As ações da Mitre (MTRE3) fecharam em queda de 5,51% nesta sexta-feira (10), cotadas a R$ 3,43, enquanto o mercado repercutia a prévia operacional do terceiro trimestre de 2025. O desempenho negativo reflete resultados abaixo das expectativas e um cenário mais desafiador para o setor imobiliário de média e alta renda.

Segundo dados divulgados pela Mitre, o Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos somou R$ 520,8 milhões no trimestre, totalizando R$ 831,3 milhões no acumulado do ano, alta de 85,7% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar disso, as vendas líquidas e o ritmo de comercialização ficaram aquém do esperado.
A companhia reportou ainda Vendas Sobre Oferta (VSO) de 13,3% no trimestre, frente aos 17,4% do terceiro trimestre de 2024. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 40,7%, queda de três pontos percentuais na comparação anual. Já as vendas líquidas atingiram R$ 279,7 milhões, retração de 13% ante os R$ 321,7 milhões registrados no mesmo trimestre do ano passado.
Resultados da Mitre (MTRE3) abaixo do esperado
O relatório do BTG Pactual destacou que as vendas líquidas da Mitre ficaram “ligeiramente abaixo do esperado”, com ritmo de comercialização de 13% no trimestre, diante de um cenário mais fraco para o segmento de média e alta renda.
O banco ressaltou ainda que as vendas de estoque tiveram uma “queda de 54% na comparação anual e de 49% frente ao trimestre anterior”, refletindo o ambiente macroeconômico mais restritivo para o público-alvo da companhia.
Ainda segundo o BTG, a Mitre lançou um único projeto no trimestre, o Haus Mitre Moema, com Valor Geral de Vendas de R$ 521 milhões, dos quais 26% foram vendidos em apenas um mês. Além disso, a empresa entregou três empreendimentos, totalizando R$ 655 milhões em VGV, o que deve contribuir positivamente para o fluxo de caixa nos próximos meses.
O banco manteve recomendação neutra para as ações da Mitre (MTRE3). “Mantemos nossa recomendação neutra para Mitre, apesar da avaliação descontada (0,4x P/TBV)”, diz o relatório divulgado pelo BTG. O preço-alvo de 12 meses foi reiterado em R$ 7,00 por ação, mais que o dobro do valor atual em bolsa.