Magazine Luiza (MGLU3) derrete 9,5% com dados fracos do varejo

Contrariando a tendência geral do Ibovespa nesta semana, o Magazine Luiza (MGLU3) amarga mais um dia de queda acentuada entre os pares do varejo. Apenas nesta quarta (8) chegou a cair mais de 11%. Às 17h20 conseguiu reduzir levemente as perdas e registra baixa de 9,58%, cotada a R$ 6,90.

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A queda das ações do Magazine Luiza ocorre, parcialmente, em resposta aos dados fracos do setor varejista divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo as informações, as vendas do varejo se mantiveram no campo negativo, caindo 0,1% em outubro quando comparado a setembro.

O valor é a terceira retração seguida neste ano, ainda que represente uma desaceleração no ritmo de queda, de 1,1% em setembro e de 4,1% em agosto.

Neste cenário, a pressão inflacionária e a alta dos juros surgem como um dos maiores obstáculos para o setor de varejo, que enfraquece com a queda do poder de consumo da população.

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O dado de varejo chegou horas antes da divulgação da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2021, que ocorre hoje. A expectativa do mercado é de elevação dos juros para 9,25% ao ano e novas altas no ano que vem, para até 11%, pressionando assim as projeções de consumo.

Já o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) avançou a 1,18% na primeira quadrissemana de dezembro, após 1,08% no fechamento de novembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador acumula alta de 10,01% em 12 meses, maior do que o avanço de 9,89% no período até novembro.

Ainda nesta semana os investidores vão conhecer o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de novembro.

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BTG revê recomendação para Via, Americanas e Magazine Luiza

As varejistas figuram entre as maiores quedas do Ibovespa no ano. Mas o BTG Pactual (BPAC11) ainda vê esperanças para duas delas: Magazine Luiza e Americanas (AMER3). Já para a Via (VIIA3) a situação está mais difícil, segundo o banco de investimentos.

Ontem, o BTG cortou em 38% o preço-alvo da ação da Magazine Luiza no final de 2022, de R$ 26 para R$ 16. A recomendação de compra, no entanto, foi mantida.

Os analistas do BTG apontam o cenário competitivo do e-commerce no curto prazo e uma base comparativa difícil com o crescimento do ano passado para as varejistas. Porém, no caso do Magazine Luiza, eles veem a empresa com um potencial diferenciado.

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O Magalu ainda tem alta penetração do negócio no varejo físico e potencial de consolidação no e-commerce nos próximos anos: “O que significa que o MGLU3 deve superar o mercado”, diz relatório. Além disso, a proposta de múltiplos canais de atendimento aumenta o reconhecimento da marca e atrai vendedores, segundo o BTG.

A Americanas, por sua vez, permaneceu com o mesmo preço-alvo, de R$ 45, com o banco apostando que a reorganização societária entre Lojas Americanas (LAME3) e Americanas também promete boas sinergias. Já a Via teve uma redução de quase 2/3 em seu preço-alvo, que foi de R$ 21 para R$ 8, além de recomendação neutra. O cenário desafiador de curto prazo e suas provisões trabalhistas são barreiras para o crescimento da dona das Casas Bahia e Ponto, que não conta com o mesmo otimismo que o Magazine Luiza.

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Bruno Galvão

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