Lollapalooza, da T4F (SHOW3), é acusado de trabalho análogo à escravidão; administração encerra contrato com terceirizada

O festival Lollapalooza 2023, organizado pela T4F (SHOW3), foi acusado de prática de trabalho análogo à escravidão segundo a fiscalização do Ministério do Trabalho. De acordo com informações divulgadas na quinta (23), funcionários terceirizados estavam dormindo dentro do Autódromo de Interlagos, onde o evento será realizado neste fim de semana. A administração do evento disse que baniu a empresa parceira para qual esses colaboradores atuavam.

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De acordo com informações da Folha de São Paulo, cinco homens que trabalhavam para a terceirizada Yellow Stripe, responsável pela operação dos bares do festival, estavam dormindo entre fardos de bebidas dentro do autódromo para assegurar a segurança da mercadoria.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os funcionários não estavam registrados, não podiam voltar para suas casas após o término do expediente e tinham que tomar banho em uma casa alugada pela empresa terceirizada.

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Os funcionários receberiam R$ 130 por dia de trabalho e tinham uma jornada de cerca de 12 horas diárias. A fiscalização ocorreu na terça (21) e, no mesmo dia em que eles foram localizados, foi realizada a assinatura dos termos de rescisão de contrato. Eles terão direito ao seguro-desemprego e receberão verbas rescisórias de cerca de R$ 10 mil cada, de acordo com a Folha.

Não é a primeira vez que casos de trabalho análogos à escravidão são registrados no Lolla. Em 2019, pessoas em situação de vulnerabilidade social foram contratadas para realizarem a montagem da estrutrua do evento com uma diária de R$ 50, em turnos de 12 horas.

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Lollapalooza 2023: T4F se manifesta sobre caso

Em nota enviada à imprensa, a T4F afirmou que a denúncia trata-se de um “caso isolado”, que repudia essa postura da terceirizada e que encerrou o contrato com a empresa. Veja o posicionamento na íntegra:

Para realizar um evento do tamanho do Lollapalooza Brasil, que ocupa 600 mil metros quadrados no Autódromo de Interlagos e tem a estimativa de receber um público de 100 mil pessoas por dia, o evento conta com equipes que atuam em diferentes frentes de trabalho, em departamentos que variam da comunicação a operação de alimentos e bebidas, da montagem dos palcos a limpeza do espaço e a segurança. São mais de 9 mil pessoas que trabalham diretamente no local do evento e são contratadas mais de 170 empresas prestadoras de serviços.

A T4F, responsável pela organização do Lollapalooza Brasil, tem como prioridade que todas pessoas envolvidas no evento tenham as devidas condições de trabalho garantidas e, portanto, exige que todas as empresas prestadoras de serviço façam o mesmo.

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Nesta semana, durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos, foram identificados 5 profissionais da Yellow Stripe (empresa terceirizada responsável pela operação dos bares do Lollapalooza Brasil), que, na visão dos auditores, se enquadrariam em trabalho análogo à escravidão. Os mesmos trabalharam durante 5 dias dentro do Autódromo de Interlagos e, segundo apurado pelos auditores, dormiram no local de trabalho, algo que é terminantemente proibido pela T4F.

Diante desta constatação, a T4F encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho. A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas.

De acordo com o g1, a Yellow Stripe limitou-se a dizer que não prestará mais serviços ao Lollapalooza. Por volta das 11h desta sexta (24), as ações da T4F em alta de 1,51%, ao preço de R$ 2,02.

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Erick Matheus Nery

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