Juros futuros de longo prazo encerram em alta após megaleilão do pré-sal

O mercado de juros sofreu impacto do desapontamento dos investidores com os resultados do megaleilão do pré-sal que ocorreu nesta quarta-feira (6). Os resultados do megaleilão refletiram uma inclinação da curva futura de juros, já os vértices mais longos exibiram maior recomposição de prêmio de risco, em linha com os resultados do dólar, que atingiram os maiores níveis em duas semanas.

Ao final da sessão regular do mercado de juros desta quarta, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 foi de 4,75%, no ajuste anterior, para 4,745%; a DI para janeiro de 2021 operou estável a 4,49%; já a do contrato para janeiro de 2023 cresceu de 5,47% para 5,55%. A DI para janeiro de 2025 foi de 6,02% para 6,12%.

Juros reverberam ata do Copom e BC

“O leilão foi bem pior do que o esperado. O valor que vai entrar é de cerca de US$ 1,5 bilhão. É muito pouco pelo que era esperado e o período, agora, é de saída de dólares”, disse José Raymundo Faria Junior, sócio e diretor da Wagner Investimentos. Faria Junior, que lembra da expectativa do governo quanto à arrecadação era maior, salienta que o dólar girará em torno dos R$ 4, “mas ficará mais difícil cair para o nível de R$ 3,90”.

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Observando a ponta curta da curva, os investidores continuaram a reverberar a ata da reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), e se atentaram ao fato do presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter ido à audiência pública na Câmara dos Deputados. Campos declarou que a inflação está “baixa e controlada”, além de destacar o momento atual da economia prescrever juros em níveis estimulativos.

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Campos salientou que o BC ampliou a transparência ao indicar a próxima etapa na política de juros e enfatizou que o futuro da política monetária “depende das projeções”.

Rafael Lara

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