J.P. Morgan investe em FitBank, fintech de pagamentos brasileira

O banco de investimento norte-americano J.P. Morgan (NYSE: JPM) realizou um aporte na fintech de pagamentos brasileira FitBank. Esse é o primeiro investimento da instituição no ramo de pagamentos na América Latina. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13) pelo jornal “Valor Econômico”.

Segundo o J.P. Morgan, os recursos serão destinados para a expansão do portfólio de produtos da fintech, assim como sua ampliação internacional — o objetivo é se tornar uma “big tech financeira”. Os valores envolvidos não foram divulgados.

Criado em 2015, o FitBank desenvolveu uma plataforma de gestão de pagamentos “white label“. Nessa ferramenta, diversas instituições financeiras, como bancos, fundos de investimento, varejistas e até mesmo fintechs podem oferecer contas digitais e serviços financeiros aos seus clientes.

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O processo utiliza-se da tecnologia da FitBank, mas com sua marca própria. Segundo informações da empresa, já foram abertas 180 mil contas para 96 clientes. O valor transacionado por mês é de aproximadamente R$ 1 bilhão.

“O acordo envolve o aporte na operação, o desenvolvimento de novos produtos, ‘cross selling’ com outras áreas do banco e a expansão internacional, em um primeiro momento para a América Latina”, afirmou João Chacha, membro do conselho de administração do FitBank. A previsão do início das operações na região é o primeiro semestre do ano que vem.

J.P. Morgan enxerga oportunidade no FitBank

As negociações entre as partes duraram cerca de oito meses, resultando numa participação minoritária do J.P. Morgan na empresa. O investimento foi realizado através de um veículo de investimentos estratégicos do banco nos Estados Unidos, direcionando os recursos para a operação da fintech.

Em contrapartida, o J.P. Morgan tomou posse de um assento no conselho da fintech, que será ocupado por Renata Vilanova Lobo, diretora de pagamentos para clientes do atacado do banco.

O FitBank poderá ser utilizado pelos clientes do ramo de atacado do J.P. Morgan com o intuito do desenvolvimento de novos produtos, como uma solução para pagamentos, tanto no Brasil como no exterior.

“Nós temos uma capacidade de desenvolvimento de produtos grande e rápida, e eles [J.P. Morgan] têm uma geração de negócios que é brutal”, salienta Otávio Farah, CEO da fintech.

Essa é a terceira rodada de investimentos que o FitBank participa. Os fundadores, além de Farah, Rener Menezes e Mauricio Zaragoza, conseguiram atrair, em 2016, três ex-sócios da XP Investimentos: Marcelo Maisonnave, Eduardo Glitz e Pedro Englert.

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Dois anos depois, a fintech trouxe João Chacha e Alejandro Vollbrechthausen, ex-executivos do Goldman Sachs. Ambos passaram a fazer parte do Conselho de Administração da empresa.

Ao passo que fechou o negócio com o J.P. Morgan, o FitBank aguarda a licença de instituição de pagamentos do Banco Central (BC). A empresa quer se tornar “a fintech das fintechs”. “Partimos do entendimento de que a tecnologia tem de ser livre, para que possa ser usada a partir da nuvem e por APIs, para facilitar o dia a dia das empresas e dos consumidores”, afirmou Menezes, responsável pela área tecnológica da companhia.

Jader Lazarini

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