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IPCA revisado para baixo, mas ainda preocupa: entenda o motivo

IPCA. Foto: Unsplash

IPCA. Foto: Unsplash

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para 2025 recuou pela sexta semana consecutiva, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (7). A estimativa caiu de 5,20% para 5,18%, mas segue acima do teto da meta de 4,50% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Na prática, isso significa que a inflação medida pelo IPCA hoje ainda está 0,68 ponto percentual acima do limite superior da meta.

Por que o IPCA ainda preocupa?

Apesar do recuo das projeções e da desaceleração da inflação, o avanço dos preços ainda segue em patamares elevados, acima da meta proposta pelo CMN. Para o CEO da Audax Capital, Pedro Da Matta, “a nova projeção do Boletim Focus, com recuo do IPCA para 5,18% em 2025, mostra uma tentativa de reancoragem das expectativas, mas ainda distante da meta oficial”.

Segundo ele, o cenário atual limita o apetite ao risco no mercado de crédito. “A inflação persistentemente alta continua limitando o apetite ao risco e elevando o custo de captação. Por isso, o foco segue na qualidade dos ativos e na análise profunda do perfil das empresas, principalmente em setores mais sensíveis à oscilação dos juros”, afirmou.

Já Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação, considera que a leve queda “não muda substancialmente o cenário macroeconômico”. Para ele, o dado reforça que o mercado ainda projeta pressão sobre os preços. “O mercado ainda vê pressão inflacionária acima da meta, o que implica manutenção de juros elevados por mais tempo”.

Inflação vai subir? Incertezas fiscais seguem no radar

Em meio a este cenário, a pergunta que fica é: a inflação vai subir ou continuar recuando? Apesar do cenário positivo, a queda do IPCA para níveis abaixo da meta ainda é incerta.

De acordo com Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o Boletim Focus desta semana reforça uma leitura de que, apesar das incertezas fiscais e da volatilidade política, “o mercado ainda projeta uma trajetória de acomodação da inflação”.

Ele destaca que, mesmo discreta, a queda ajuda empresas e investidores a projetar cenários mais claros. “Esse tipo de ajuste é relevante porque ajuda na construção de cenários econômicos mais confiáveis, sobretudo no que diz respeito ao custo do capital, planejamento de investimentos e estruturação de novos projetos”, explicou.

No entanto, Ros ressalta ainda que “ainda estamos longe de um ambiente ideal” e que os avanços neste aspecto dependem do compromisso com a responsabilidade fiscal.

Para 2026, a edição desta segunda-feira do Boletim Focus manteve as projeções para o IPCA em 4,50% pela oitava semana seguida.

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