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Ibovespa: quais são os riscos por trás dos recordes recentes do indicador?

Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa. Foto: iStock

O Ibovespa voltou a renovar máximas históricas nesta sexta-feira (4), mesmo com os mercados de Nova York fechados. O índice subiu 0,24% e encerrou o pregão aos 141.263,56 pontos, o maior nível nominal já registrado. Durante o dia, o indicador também atingiu nova máxima intradia, chegando a 141.563,85 pontos.

A alta marca uma sequência positiva para o índice, que já havia registrado um novo recorde na quinta-feira (3), quando fechou aos 140.927,86 pontos. Esta é a segunda sessão consecutiva em que o indicador quebra recordes nominais.

O movimento recente elevou o otimismo sobre o desempenho da bolsa brasileira, mas analistas alertam para os riscos ligados às altas consecutivas. Parte do avanço reflete fatores técnicos e conjunturais, como a valorização do real, a entrada de capital estrangeiro e o alívio com a manutenção da meta fiscal.

Ibovespa em alta: o que impulsiona o índice e quais são os riscos?

Segundo André Matos, CEO da MA7 Negócios, o novo recorde do Ibovespa, acima dos 140 mil pontos, reflete uma combinação de fatores técnicos e conjunturais. Entre eles, o especialista destaca “o enfraquecimento do dólar, o alívio com a manutenção da meta fiscal e o fluxo de capital estrangeiro em busca de ativos descontados”.

Apesar disso, Matos alerta que a alta recente “tem sido concentrada em alguns papéis e não necessariamente traduz uma melhora estrutural da economia”. Ele também chama atenção para o impacto no mercado de crédito.

Para o CEO da holding Grupo X, Jorge Kotz, a valorização do índice Bovespa indica um momento de otimismo, impulsionado pela entrada de capital estrangeiro e maior apetite ao risco. Ele destaca, no entanto, que “esse patamar ainda precisa ser interpretado com prudência pelas empresas, especialmente aquelas que dependem de crédito para expandir suas operações”.

Ibovespa vai subir?

Embora os sinais recentes sejam positivos, especialistas afirmam que a sustentabilidade do movimento de alta do Ibovespa depende de variáveis macroeconômicas. “A continuidade desse movimento vai depender da solidez do ambiente doméstico, sobretudo em temas como política fiscal e avanço de reformas”, afirma Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

Segundo ele, apesar do otimismo, “parte dessa valorização tem caráter pontual, com alta concentrada em poucos papéis”.

Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto Investimentos, concorda com a leitura e aponta os ativos que mais puxaram a alta. “Houve forte desempenho de papéis ligados a commodities e bancos, que têm grande peso no índice. Apesar do avanço, é preciso atenção: o movimento foi puxado por poucos ativos, o que sugere uma alta menos disseminada”.

Turaça ainda destaca que “o momento é de atenção redobrada com valuation e qualidade dos ativos em carteira”, especialmente considerando o patamar atual do Ibovespa e a possibilidade de correções no curto prazo.

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