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Ibovespa (IBOV) volta aos 140 mil e tem pior sequência desde setembro

Ibovespa

Ibovespa Foto: Pixabay

De volta aos 140 mil pontos, o Ibovespa (IBOV) retrocedeu nesta sexta-feira (10) ao menor nível de fechamento desde 3 de setembro, encerrando o dia em baixa de 0,73%, aos 140.680,34 pontos. Foi a terceira semana consecutiva de perdas, algo não visto desde o fim de maio, acumulando queda de 2,44% na semana e de 3,80% nas oito primeiras sessões de outubro.

A aversão a risco, tanto doméstica quanto internacional, castigou as ações de primeira linha, todas em campo negativo. No exterior, os mercados reagiram mal ao novo sinal da Casa Branca de que a China continuará sob pressão comercial. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a ameaçar o país asiático com novas tarifas, o que ampliou a cautela global e derrubou as bolsas de Nova York.

“Trump volta a ameaçar a China, o que reforçou a percepção de risco e a cautela dos investidores na sessão. No Brasil, além do geopolítico, o fiscal preocupa também, com incerteza sobre como o governo fará para fechar as contas depois da derrota da MP do IOF”, explica Bruna Centeno, economista e advisor da Blue3 Investimentos.

Setores em queda e dólar a R$ 5,50

Entre os destaques negativos do dia, CSN (CSNA3) caiu 6,06%, Hapvida (HAPV3) recuou 6,02% e Braskem (BRKM5) perdeu 3,83%. Do lado oposto, Engie (EGIE3) subiu 1,45%, Minerva (BEEF3) avançou 1,08% e Suzano (SUZB3) teve alta de 1,05%.

Entre as blue chipsVale (VALE3) encerrou na mínima (-0,41%), enquanto Petrobras (PETR3; PETR4) teve ajuste mais contido, com quedas de 0,75% e 0,89%, mesmo após o petróleo despencar cerca de 4% nas praças internacionais, influenciado pelo cessar-fogo em Gaza.

O dólar comercial subiu 2,39%, cotado a R$ 5,5037 — na máxima do dia, atingiu R$ 5,5187. A cautela pré-fim de semana levou investidores à busca por ativos defensivos, como os Treasuries, e o movimento de alta na curva do DI refletiu a reação ao pacote imobiliário anunciado pelo governo nesta manhã.

“Ainda não há clareza quanto a como o governo conseguirá dinheiro para suprir o rombo, e anunciou hoje outra medida populista no crédito imobiliário, porque sabe que a eleição de 2026 está se aproximando, o que deixa o mercado muito tenso”, comenta Alison Correia, analista da Dom Investimentos.

Correção após recordes

Após encerrar setembro na máxima histórica, próxima dos 147 mil pontos, o Ibovespa passou a mostrar movimento de correção. Segundo Bruna Sene, analista da Rico Investimentos, o movimento é natural após as altas recentes:

“A tão esperada correção do Ibovespa chegou, o que o coloca agora em um nível de suporte importante, na região dos 140 mil pontos. Apesar da queda, o movimento não muda a tendência de alta no médio e longo prazo.”

Termômetro Broadcast Bolsa indicou aumento do pessimismo para a próxima semana: 50% dos participantes esperam alta, mas os que apostam em queda subiram de 25% para 30%, enquanto os que veem estabilidade caíram de 25% para 20%.

Fechamento das bolsas americanas

Ibovespa encerra a semana pressionado por um ambiente de risco elevado, incertezas fiscais e ruídos geopolíticos, mantendo-se na faixa dos 140 mil pontos.

Maiores altas e baixas

Com Estadão Conteúdo

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