Ibovespa supera os 115 mil pontos; Petrobras (PETR4) sobe pela 5ª vez seguida e Vale (VALE3) fecha em alta

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (7) com uma nova alta, a 5ª seguida. Dessa vez, o índice de ações brasileiras subiu 0,77%, aos 115.488 pontos. A máxima do dia foi de 115.978,12 pontos, enquanto a mínima alcançada foi de 114.610,22 pontos. O volume financeiro foi de R$ 28,6 bilhões.

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O dia foi novamente positivo na bolsa para a Petrobras (PETR4), que avançou 2,78% em suas ações preferenciais e mais de 3% nas ações ordinárias, a 5ª valorização consecutiva. A Vale (VALE3) alcançou a segunda alta seguida, registrando ganho de 1,55% hoje (7).

O Ibovespa renovou o maior nível do ano no pregão desta quarta-feira,amparado pelo fortalecimento das apostas em um corte da taxa Selic a partir de agosto após o IPCA ter mostrado inflação menor do que o esperado em maio. Puxados pelo noticiário corporativo e pelos preços de commodities, os papéis da Petrobras e Vale anotaram fortes ganhos na sessão e contribuíram para a alta da referência da B3.

Essa combinação de fatores levou à quinta alta seguida do Ibovespa.

Assim como na véspera, o fortalecimento das apostas em cortes da taxa Selic em breve direcionou os ganhos do Ibovespa nesta sessão. Essa perspectiva foi favorecida pelo IPCA, que mostrou alívio da inflação de 0,61% em abril para 0,23% em maio, abaixo do consenso do mercado (0,33%). Em 12 meses, cedeu de 4,18% para 3,94%, aquém de 4% pela primeira vez desde outubro de 2020.

Após o resultado, instituições do mercado anunciaram revisões nas projeções para a inflação de 2023 – algumas para baixo na linha de 5%, a exemplo de UBS BB (5,0% para 4,9%), Warren Rena (5,0% para 4,8%) e Garde Asset (5,1% para 4,9%). Outras, como Credit Suisse e Nova Futura Investimentos, fizeram revisões mais modestas, mas anteciparam a projeção de início do ciclo de cortes da taxa Selic de setembro para agosto.

“São fortes as apostas de que os juros devem cair e isso acaba catalisando o movimento das ações”, diz o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura. “Como o Ibovespa estava em um nível de valuation muito deprimido, só faltava uma faísca para o mercado reagir, e essas leituras favoráveis foram essa faísca que levou o mercado a reagir, alinhado a uma percepção de melhora macroeconômica.”

No exterior, as bolsas dos EUA terminaram o dia sem direção definida, com avanço de Dow Jones e queda de S&P500 e Nasdaq.

  • Dow Jones: +0,28%, aos 33.666,04 pontos;
  • S&P500: -0,38%, aos 4.267,62 pontos;
  • Nasdaq: -1,29%, aos 13.104,90 pontos.

Já o dólar à vista terminou o dia em alta de 0,24%, a R$ 4,9240. Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, diz que a moeda está trabalhando em uma faixa de suporte nos R$ 4,90 e teto nos R$ 5,10, e que conforme ela chega nesses extremos, acaba atraindo fluxo comprador ou vendedor.

Ele aponta que como o dólar chegou muito perto dos R$ 4,90, e na próxima semana tem vencimento de opções no mercado, os agentes acabam comprando dólar para hedge. A véspera de feriado também pesou nas operações.

O dólar estaria reagindo também ao resultado do fluxo cambial anunciado hoje pelo Banco Central, apresentando um fluxo de saída de US$ 1,5 bilhão no mês de maio.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Andre Fernandes, o Ibovespa sobe hoje impulsionado por dados positivos do IPCA, que mostrou uma retração da inflação. As estimativas apontavam uma alta de 0,33% para o IPCA, mas o avanço do índice em maio foi de 0,23%, ou seja, abaixo das expectativas do mercado financeiro.

Na variação anual as estimativas apontam alta de 4,04%, mas com o valor de maio divulgado esse valor chegou a 3,94%. O índice de difusão, que mede quantos itens subiram de preço, saiu de 66% para 57%, o que indicaria menos aumentos de preços.

Em relação aos núcleos também se observou uma desaceleração, de +0,51% em abril para +0,37% em maio, com a variação anual saindo de +7,3% para 6,7%.

“Na minha leitura, o IPCA de maio reforça que o Banco Central começa a ter cada vez mais espaço para iniciar o corte da Selic, algo que já vem sendo precificado na curva de juros. O meio da curva hoje após a divulgação do IPCA caiu já indicando uma taxa de juros abaixo de 11% em junho de 2025. Acredito que o corte de juros por parte do Banco Central se dará entre agosto e setembro, desde que o FED (banco central americano) pare de subir os juros nessa reunião de junho (as apostas do mercado estão em 77% para uma pausa na alta de juros por lá nessa reunião)”, diz Fernandes.

Na ponta positiva do Ibovespa hoje, as ações de consumo se destacaram, como Rede D’Or (RDOR3), Via (VIIA3) e Yduqs (YDUQ3), que são empresas mais sensíveis à movimentação dos juros.

Assim, o IPCA anunciado hoje vindo abaixo do esperado, e ainda com uma menor quantidade de itens subindo de preço, reforça a narrativa de que o Banco Central pode cortar os juros entre agosto e setembro deste ano, o que fez com que essas ações reagissem de forma positiva.

Com um contexto de juros mais baixos e a retomada da economia em razão da liberação maior de crédito a taxas menores, esses ativos acabam atraindo o consumidor final.

“Por um lado, a Yduqs com crédito estudantil mais acessível com taxas menores e do outro a Rede D’Or, que conta com a SulAmérica no segmento de planos de saúde, segmento que teve diversos cancelamentos de planos no passado por conta de um cenário econômico mais difícil, e com as famílias cortando gastos”, explicou o especialista.

Entre as quedas, um dos destaques foi IRB (IRBR3). Um cenário de juros menor é pior para as seguradoras, já que o financeiro que fica no float, ou seja, o valor recebido pelos prêmios pagos pelos segurados, acaba rendendo menos – esse montante fica geralmente aplicado em ativos livre de risco com indexação aos juros atuais.

O IRB Brasil também quer realizar uma nova oferta de ações para levantar recursos no mercado, embora o montante não deva ser usado para novos investimentos, mas para reforçar o caixa da empresa, o que gerou reações negativas no mercado.

Ainda entre as quedas, as ações da Azul (AZUL4) e Méliuz (CASH3) tiveram altas relevantes nos últimos dias, o que fez com que o mercado realizasse lucros e colocasse o “dinheiro no bolso”.

Maiores altas e baixas

Cotação do Ibovespa nesta terça (6)

O Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (6) em alta de 1,70%, aos 114.610,10 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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