Ibovespa tem queda mais leve que mercado global e fecha semana com alta acumulada

O Ibovespa fechou em queda de 0,43% nesta sexta-feira (13), aos 137.212,63 pontos, num ritmo menor do que o visto mundo afora, como sinal de aversão ao risco após o ataque israelense ao Irã, ocorrido na noite de quinta-feira (12) e retaliado nesta tarde pelos iranianos.

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O índice da B3 oscilou entre a mínima de 136.585,90 e a máxima de 137.799,95 pontos, com giro financeiro de R$ 22,7 bilhões nesta sexta-feira. Na semana, o Ibovespa acumulou avanço de 0,82%, e no mês de junho, oscila agora levemente ao positivo (+0,14%), com ganho de 14,07% no ano.

A alta da Petrobras (PETR3, +2,13%; PETR4, +2,46%) ajudou o Ibovespa a mostrar resiliência na comparação com as perdas globais, em geral acima de 1%. “Em Wall Street, o índice de volatilidade VIX chegou a saltar mais de 20%, com a forte aversão a risco. E o petróleo chegou a subir mais de 10% em meio a temores de que o conflito afete o fornecimento global da commodity. Ainda que as variações tenham se amenizado após relatos de que os ataques não atingiram campos petrolíferos, a volatilidade persiste”, explicou Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.

Foco dos mercados nesta sexta-feira, a ofensiva israelense foi direcionada à cúpula da Guarda Revolucionária, unidade de elite das Forças Armadas e o poder, de fato, por trás do regime iraniano. Analistas apontam que a estratégia de Israel parece ser a de tirar de cena homens fortes do sistema de segurança que ampara a teocracia, de forma a criar a chance de um vácuo de poder que, no limite, poderia resultar na queda de Ali Khamenei, o líder supremo do país desde 1989.

Em meio ao cenário de uma crise longa entre duas grandes forças militares do Oriente Médio, o petróleo subiu 7% em Londres e Nova York, amparando a progressão da Petrobras na sessão da B3. PetroReconcavo (RECV3, +2,71%) e Prio (PRIO3, +1,76%), também registraram altas fortes no setor de petróleo e gás.

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“Na semana que vem, com o reinício da agenda, que inclui a decisão do Copom sobre a Selic, na quarta-feira, a situação fiscal doméstica deve voltar a ganhar atenção”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Asset Management no Brasil.

Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia

A ascensão da Petrobras contribuiu para mitigar o efeito negativo de outros pesos-pesados do índice, como Vale (VALE3, -1,33%) e de parte das ações de grandes bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4, -1,20%) e Bradesco (BBDC3, -1,19%; BBDC4, PN -1,15%).

A Suzano (SUZB3, +2,19%) também teve resultado positivo, depois de o Goldman Sachs elevar a recomendação da ação para compra. Na ponta perdedora do Ibovespa, a maior queda foi da CVC (CVCB3, -8,33%). 

Bolsas de Nova York caem diante de risco de conflito

As bolsas de Nova York fecharam em queda, com tensões geopolíticas elevadas pelos ataques entre Israel e Irã e uma disparada do petróleo, que impulsionou as ações do setor.

Confira os fechamentos do dia em Nova York:

  • Dow Jones: 42.197,79 (-1,79%)
  • S&P 500: 5.976,96 (-1,13%)
  • Nasdaq: 19.406,83 (-1,30%)

O índice VIX, espécie de “termômetro do medo” em Wall Street, chegou a saltar para 22 pontos nas máximas do dia. Na comparação semanal, Dow Jones recuou 1,55%, S&P 500 cedeu 0,75% e Nasdaq baixou 1,06%.

Entre as gigantes petrolíferas, a Chevron subiu 0,65%, e a Exxon Mobil, 2,16%. A APA Corp. subiu 5,31%, a Occidental Petroleum avançou 3,80%, a Diamondback Energy ganhou 3,74% e a Schlumberger teve alta de 1,88%.

Por outro lado, as ações de companhias aéreas e de cruzeiros caíram com a escalada nos preços do petróleo, que alimenta temores sobre um aumento nos custos com combustível para aviões e navios. A United Airlines recuou 4,43%, enquanto a Carnival caiu 4,96%. Papéis do setor de defesa dispararam, entre eles Lockheed Martin (+3,62%).

Os papéis da Boeing recuaram mais 1,63% depois de perderem 4,8% na quinta-feira, ainda impactados pela queda de um avião da Air India com 242 pessoas a bordo no oeste da Índia. Um passageiro sobreviveu ao acidente. O avião, um Boeing 787 que se dirigia ao Reino Unido, caiu logo após a decolagem. Segundo o Wall Street Journal, as investigações se concentram na hipótese de perda ou redução de potência dos motores.

Com Estadão Conteúdo

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Fernando Cesarotti

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