O Ibovespa acelerou a tendência de alta da véspera e atingiu dois recordes nesta terça-feira (13): a máxima histórica, com fechamento em 138.963,11 pontos, alta de 1,76% em relação ao pregão anterior, e a máxima intradia, que chegou a 139.418,97 pontos, o que representaria um avanço de +2,09% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12).
O giro financeiro foi a R$ 27,7 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 1,80% e, no mês, ganha 2,88% — no acumulado de 2025, a alta chega agora a 15,53%.
O resultado foi puxado pelo alívio em torno da leitura sobre a inflação norte-americana em abril (CPI), que ficou em 0,2% no mês e 2,3% no acumulado dos últimos 12 meses, e pela visão benigna do mercado sobre a ata do Copom, divulgada pela manhã, com o sentimento de que a Selic dificilmente subirá além dos 14,75%, valor aplicado desde a semana passada.
Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, diz que os dados do CPI norte-americano estimulam a percepção de que os juros no país, hoje no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano, podem ter uma redução ainda em 2025. “O que se viu foi uma taxa mais acomodada, mesmo com o receio que se tinha com relação a possível efeito do tarifaço americano. Abre espaço para a percepção de que se venha a ter taxa de juros mais baixa nos Estados Unidos”, explicou.
Já sobre a ata do Copom, ele diz que o texto apenas enfatizou o tom do comunicado da semana passada. “A expectativa de fim do ciclo de alta da Selic se renovou hoje, sem sinal de potenciais aumentos, ainda que a taxa de referência, pelo tom duro do BC, venha a se manter alta por tempo longo”, completou.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, aponta também que a recepção positiva a alguns dos balanços anunciados nesta semana, referentes ao primeiro trimestre de 2025 (1T25), ajudou o Ibovespa a acelerar. Ele citou os exemplos de Petrobras (PETR3, +0,59%; PETR4 +1,52%) e Itaúsa (ITSA, +1,57%).
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Ele destacou também a Hapvida (HAPV3), que liderou as altas do dia após divulgar um resultado acima das expectativas, com destaque para a redução na sinistralidade, menor impacto das provisões judiciais e geração de caixa, o que permitiu uma queda relevante na dívida líquida.
“Mesmo com o lucro líquido ainda pressionado, o mercado parece ter focado nos avanços operacionais, que, na minha visão parece ser positivo, já que o trimestre marca uma virada mais consistente nos fundamentos da companhia”, explicou o analista.
Bolsas de NY fecham em forte alta
As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta terça-feira, 13, com os analistas assimilando ainda a trégua de tarifas entre Estados Unidos e China e após a divulgação do CPI.
Confira os resultados das bolsas norte-americanas:
- Dow Jones: 42.140,43 (-0,64%)
- S&P 500: 5.886,55 (+0,72%)
- Nasdaq: 19.010,08 (+1,61%)
As ações da Tesla subiram 4,9%. Após valorização de 6,8% na segunda-feira, o valor de mercado da fabricante de veículos elétricos voltou a ultrapassar US$ 1 trilhão, algo que não acontecia desde o fim de fevereiro.
Outras empresas do bloco das “Sete Magníficas” também ampliaram ganhos nesta terça. A Amazon subiu 1,3%, a Meta Platforms avançou 2,6%, a Apple ganhou 1,02% e a Nvidia teve alta de 5,6%. Juntas, as empresas — que ainda inclui Microsoft e Alphabet, dona do Google — tiveram uma valorização de US$ 830,9 bilhões no rali da segunda, o segundo maior ganho diário de valor de mercado do grupo, de acordo com dados da Dow Jones Market Data.
Com Estadão Conteúdo
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