O Ibovespa balançou na tarde desta quinta-feira (6), chegou a cair 0,04% na mínima do dia, mas voltou a firmar terreno e encerrou em leve alta de 0,03%, aos 153.338,63 pontos — o 12º avanço consecutivo, igualando a mais longa sequência positiva desde 1997. Mesmo sem o ímpeto visto pela manhã, quando atingiu o recorde intradia de 154.352,25 pontos, o índice sustentou o nono fechamento seguido em nível histórico, com giro financeiro de R$ 24,6 bilhões.
Na semana e no mês, o Ibovespa acumula ganhos de 2,54%, ampliando a valorização no ano para 27,48%. A alta foi sustentada por balanços corporativos positivos e por fluxo estrangeiro contínuo em direção aos emergentes.
Apoio de balanços e rotação de ativos mantêm fôlego do Ibovespa
Mesmo após o tom mais duro do Copom, que manteve a Selic em 15% ao ano, o mercado brasileiro mostrou resiliência.
“O comunicado foi bastante hawkish e não deu qualquer abertura para uma possível indicação de queda futura, o que frustrou quem esperava alguma pista”, observa Andressa Bergamo, especialista em investimentos e fundadora da AVG Capital.
Segundo ela, o Ibovespa renovou máximas “na contramão de Nova York, que segue pressionada por temores ligados ao shutdown e à falta de dados econômicos devido à paralisação do governo norte-americano”.
Petrobras (PETR4) oscilou ao longo do pregão, mas fechou em leve alta de 0,52%, enquanto Vale (VALE3) recuou 0,35%. Entre os grandes bancos, o desempenho foi misto: de -0,89% (Santander Unit) a +1,11% (Banco do Brasil ON).
Na ponta positiva do índice, Rede D’Or (RDOR3) disparou 8,36% após divulgar lucro de R$ 1,5 bilhão, acima das projeções. Totvs (TOTS3) avançou 3,00% com lucro de R$ 248,7 milhões, e RD Saúde (RDOR3) subiu 3,76%.
As maiores quedas ficaram com Minerva (-13,48%), Magazine Luiza (-8,58%) e Brava (-6,58%).
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Bolsas dos EUA recuam com prolongamento do shutdown e cautela com o Fed
O movimento contrário em Nova York não impediu o avanço brasileiro.
Para Ricardo Benaderet, Portfolio Manager do Andbank, a queda das bolsas americanas reflete uma combinação de fatores:
“O shutdown já dura 37 dias, o maior período da história, e isso aumenta a incerteza fiscal. Além disso, o Fed se mostrou mais duro sobre cortes de juros em dezembro, o que gerou realização natural, especialmente em ações de tecnologia que vinham acumulando altas expressivas.”
Nos Estados Unidos, as demissões privadas atingiram o maior nível desde 2003, em meio à falta de dados oficiais durante a paralisação do governo. Ainda assim, Benaderet considera o ajuste “saudável” diante do forte rali recente.
Cotação do dólar hoje
O dólar recuou nesta quinta-feira, acompanhando o movimento global de desvalorização da moeda americana. O fechamento foi de R$ 5,27, em leve baixa no dia.
De acordo com analistas, a ausência de dados econômicos relevantes e a incerteza sobre a próxima decisão do Fed limitam o apetite por risco, mas favorecem moedas emergentes diante do enfraquecimento do dólar no exterior.
Fechamento das bolsas americanas
- Dow Jones: -0,84%
- S&P 500: -1,12%
- Nasdaq: -1,90%
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