O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (7) em forte queda de 1,57%, aos 141.356 pontos, pressionado pela incerteza em torno da MP 1.303, que propõe medidas alternativas à cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A proposta, apresentada pelo governo como compensação de arrecadação, elevou os temores fiscais e provocou realização de lucros generalizada no mercado acionário.
A medida prevê aumento de tributação sobre investimentos, o que gerou desconforto entre investidores e setores tradicionalmente beneficiados por incentivos, como o imobiliário e o agro. A falta de consenso político sobre o texto, que precisa ser aprovado até quarta-feira (8) para não perder a validade, reforçou o clima de cautela.
Financeiras lideram quedas; Petrobras e Vale recuam
O setor financeiro concentrou as maiores perdas do dia, diante da possibilidade de aumento na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para bancos. /ITUB4/“>Itaú (ITUB4)</a> caiu 1,59%, /BBDC4/“>Bradesco (BBDC4)</a> recuou 1,65%, /SANB11/“>Santander (SANB11)</a> perdeu 2,06% e /BBAS3/“>Banco do Brasil (BBAS3)</a> fechou em baixa de 0,93%.
Entre as blue chips, /VALE3/“>Vale (VALE3)</a> recuou 1,41%, acompanhando a queda do minério de ferro, enquanto Petrobras (PETR3 +0,12%; PETR4 +0,36%) registrou leve alta, sustentada pela valorização do petróleo Brent, que subiu 0,44%, a US$ 88,70 por barril, após novas sinalizações da Opep+ sobre cortes de produção limitados.
Na ponta negativa do índice, /MRVE3/“>MRV (MRVE3)</a> desabou 12,12%, Raízen (RAIZ4) caiu 7,22%, Vamos (VAMO3) recuou 6,54% e /LREN3/“>Lojas Renner (LREN3)</a> teve queda de 5,84%. As maiores altas ficaram com Minerva (BEEF3 +1,21%), PetroRecôncavo (RECV3 +0,89%) e BB Seguridade (BBSE3 +0,79%).
Dólar avança e juros futuros sobem
O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,75%, cotado a R$ 5,35, após oscilar entre R$ 5,32 e R$ 5,35. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, subiu 0,51%, aos 98,6 pontos, refletindo uma postura mais cautelosa dos investidores diante das incertezas fiscais no Brasil e da espera por dados de inflação nos Estados Unidos.
A curva de juros doméstica voltou a subir, com destaque para os contratos de longo prazo, diante do aumento da percepção de risco fiscal e da leitura de que a MP 1.303 pode pressionar o equilíbrio orçamentário.
Bolsas americanas também recuam
Em Nova York, os principais índices encerraram o dia em baixa. O S&P 500 caiu 0,38%, o Dow Jones recuou 0,20% e o Nasdaq perdeu 0,67%, com o mercado ajustando posições após altas recentes e de olho na divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira, que pode indicar o ritmo do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última segunda-feira em baixa de 0,41%, aos 143.608,08 pontos.
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