Guerra Israel-Hamas: caminhões com ajuda humanitária chegam à Faixa de Gaza; bombardeios atingem território palestino

A passagem de Rafah, na fronteira do Egito com o sul da Faixa de Gaza, foi aberta neste sábado (21), no décimo quinto dia da guerra entre Israel e o Hamas. Vinte caminhões com mantimentos, água, remédios e suprimentos como combustível para geradores de hospitais e veículos para levar assistência a feridos e pacientes, entraram no sul do enclave palestino. Havia 200 caminhões preparados para entrar em Gaza, mas somente 20 deles foram autorizados a ultrapassar o muro que separa o Egito do território palestino.

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Militares israelenses inspecionaram a entrada dos caminhões de ajuda humanitária, com 4000 toneladas de mantimentos. Dezenas de veículos ficaram no Egito, sem autorização para cruzar a fronteira. Forças israelenses temem que o combustível abasteça grupos do Hamas. Foi o primeiro dia em que a ajuda humanitária entrou em Gaza desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, quando extremistas entraram em Israel, matando civis com sequestro de reféns – cerca de 200 pessoas, que ainda hoje estão sob a mira dos terroristas.

Os caminhões que ficaram dias retidos no Egito entraram por meio da fronteira de Rafah, após dias de disputas diplomáticas sobre as condições de entrega dos bens.

Rafah é a principal rota de entrada e saída da Faixa de Gaza não controlada por Israel e o foco dos esforços para entregar ajuda aos 2,3 milhões de residentes de Gaza.

Segundo a Reuters, o gerente do Crescente Vermelho do Qatar, Ahmad Nassar, que está em Gaza, disse que apenas 20 caminhões foram autorizados a entrar. “Hoje recebemos cerca de 20 caminhões de ajuda. Este número não é de forma alguma suficiente para cobrir a necessidade humanitária em Gaza, uma vez que a deterioração das condições na Faixa de Gaza exige muito mais do que ajuda. É necessário o fim da agressão a Gaza, e depois a reconstrução de Gaza e a elevação da situação humanitária da população.”

Os militares israelitas disseram que a ajuda humanitária iria apenas para as zonas do sul do enclave, onde os civis palestinos foram forçados a se reunir para evitar os combates de Israel com o Hamas.

Israel impôs um bloqueio total, interrompendo a entrada de água, comida, combustível e eletricidade, e lançou ataques aéreos contra Gaza em resposta a um ataque mortal em solo israelense pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro.

O 15º dia do conflito teve bombardeios no território palestino, incluindo o sul da Faixa de Gaza, por onde entraram os caminhões da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo agências internacionais.

Egito realiza neste sábado cúpula sobre conflito entre Israel e Hamas

O governo do Egito realiza neste sábado (21) uma reunião com representantes de vários países para debater os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, e a escalada da violência no Oriente Médio.

O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O principal tema do encontro é a crise humanitária na Faixa de Gaza. Também participam do encontro Jordânia, Catar e Turquia.

Na quarta-feira (18), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou a proposta apresentada pelo governo brasileiro sobre o conflito. O texto pedia pausas humanitárias aos ataques entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda à Faixa de Gaza.

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Chanceler brasileiro: chegou o momento de pôr fim ao derramamento de sangue

O ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, disse neste sábado (21), no Cairo, que a expectativa do Brasil sobre o encontro convocado pelo Egito para discutir a crise humanitária provocada pela guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, é grande.

“A expectativa é de que se crie uma consciência de que é chegado o momento de pôr um ponto final a este derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo o mundo”, disse o chanceler brasileiro, ante do início do encontro.

O ministro representa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula egípcia. Também participam do encontro membros permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), países do mundo árabe e outros atores na região do conflito. Durante o mês de outubro, o Brasil está na presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU.

O chanceler brasileiro adiantou que foi ao Cairo levar a mesma mensagem apresentada por ele em Nova York (EUA) durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na última quinta-feira, a de que é chegado o momento de se tomar medidas de ajuda humanitária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza.

“Não é possível mais que continuem com uma carência absoluta de todos os víveres, de todas as necessidades, de água. Precisamos discutir essa questão antes que a situação se transforme num problema humanitário de maior volume ainda.”

Mauro Vieira disse, ainda, que serão discutidas as questões relativas ao conflito, tanto sobre os atos do Hamas contra Israel, como também a reação do Estado de Israel a esses atos de violência, que já vitimaram, aproximadamente, 4,4 mil pessoas, do lado palestino, e cerca de 1,4 mil, do lado de Israel. Estima-se que 201 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas e levadas para a Faixa de Gaza, em 9 de outubro. Duas norte-americanas foram as primeiras reféns libertadas nesta sexta-feira.

Com Agência Brasil

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Marco Antônio Lopes

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