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Primo Rico levanta debate sobre o agronegócio e Fiagros ampliam tração 

Fiagros vêm mostrando potencial de crescimento como porta de entrada do investidor de varejo interessado no agronegócio.

Fiagros são porta de entrada do investidor de varejo no agronegócio - Foto: iStock

O influenciador financeiro Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico, publicou um vídeo destacando a importância do agronegócio brasileiro, não apenas do ponto de vista da produção, mas do setor como possibilidade de investimento. O debate provocado diante de uma base de mais de 17 milhões de seguidores enriqueceu uma discussão cada vez mais frequente sobre a presença de instrumentos como os Fiagros como players de financiamento da produção e possibilidades de acesso do capital de varejo ao agro.

Nigro afirmou que o agro move o país e serve como “fábrica de alimentos do mundo”, e o conteúdo do vídeo encontrou eco não apenas em produtores rurais, mas também entre investidores urbanos que raramente enxergavam o campo como alternativa direta de investimento. O próprio mercado sabe que existe um potencial de crescimento: ao mesmo tempo em que responde por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, os produtos ligados ao agro representam pouco mais de 3% do volume do mercado de capitais nacional.

Foto: Reprodução.

Os Fiagros, sigla para Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais, foram criados para reproduzir, no agronegócio, o modelo de democratização dos fundos imobiliários. Eles permitem ao investidor comum aplicar em títulos de crédito, imóveis rurais e ativos ligados à produção agrícola, com liquidez em Bolsa e distribuição recorrente de dividendos. 

Outra vantagem é a facilidade para a diversificação e para a entrada do pequeno investidor de varejo: a maioria dos principais Fiagros do mercado hoje são negociados a cerca de R$ 10 por cota. Essa estrutura reduziu barreiras históricas de entrada, antes restritas a grandes produtores, bancos de fomento e multinacionais do setor.

O assunto chegou inclusive ao Congresso Nacional na semana passada. Representantes do setor produtivo e do mercado de capitais participaram de audiência pública para defender mudanças na Medida Provisória 1303 e evitar a tributação de investimentos hoje isentos, como os dividendos de Fiagros e as Letras de Crédito Agrícola (LCA), títulos privados de financiamento. Para eles, o atual texto da MP pode encarecer o custo do crédito e prejudicar a atratividade dos investimentos.

Fiagros: SNAG11 passa de 110 mil cotistas

Entre os exemplos que ganharam relevância está o SNAG11, fundo gerido pela Suno Asset. O portfólio combina Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), LCAs, imóveis rurais e participações em empresas ligadas ao setor, equilibrando previsibilidade de fluxo com a perspectiva de valorização de ativos. 

Negociado em torno de R$ 9,60 por cota, o fundo apresentou nos últimos 12 meses um dividend yield de 13% a 14%, e vem negociado abaixo de seu valor patrimonial, com P/VP próximo de 0,93x. Em agosto de 2025, alcançou sua máxima histórica ajustada por dividendos, resultado da combinação entre desempenho operacional e maior apetite dos investidores por ativos ligados ao agro.

Na semana passada, o SNAG11 anunciou os dividendos para distribuição em 25 de setembro, no valor de R$ 0,12 por cota. o maior pagamento mensal em dois anos. A Data Com, que define a listagem dos beneficiários, será na próxima segunda-feira (15).

“A proposta do SNAG11 é oferecer ao investidor simples e transparente acesso ao agronegócio brasileiro, com rendimento mensal e diversificação real em ativos produtivos”, disse um dos gestores em uma conversa recente. Em tom pessoal, acrescentou: “Quando olho para a carteira, é o tipo de ativo que eu gostaria de ter para o longo prazo”. A frase, interpretada por alguns como mera convicção profissional, deixou outros com a impressão de que o gestor falava também como investidor.

Um dos méritos do SNAG11 vem sendo a construção de uma carteira sólida, com risco pulverizado e perfil high grade de crédito. “São ações que adotamos desde a listagem do fundo e hoje estamos há três anos sem nenhum evento de inadimplência”, diz Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.

A repercussão do vídeo de Nigro ilustra o poder da influência digital em moldar fluxos de capital. Ao levar o agronegócio para dentro do debate popular de finanças pessoais, ele amplia a base de potenciais cotistas e aproxima o setor de milhões de brasileiros que antes só enxergavam renda fixa ou ações tradicionais como opções viáveis de investimento. 

Para analistas, a conexão entre narrativa digital e instrumentos financeiros é um dos motores do crescimento recente dos Fiagros. Se a tendência se consolidar, ativos como o SNAG11 podem não apenas se tornar um novo canal de diversificação para poupadores, mas ampliar sua relevância no financiamento da expansão agrícola em um país que disputa a liderança global na produção de alimentos.

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