Após maio de quedas, ‘Sell in May’ é uma boa estratégia no Ibovespa?

O Ibovespa fechou o mês de maio com uma variação negativa de 3,04%. No ano, o índice da bolsa de valores acumula um recuo é de 9,01%.

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De uma maneira generalizada, os investidores podem ter notado que as ações ficaram mais “baratas” durante o mês, o que pode contrariar o velho lema do mercado de “Sell in May“.

A versão completa do ditado é “Sell in May and go away, and come back on Saint Leger
Day” (ou Venda em maio e vá embora, volte no Dia de Saint Leger). A origem do conselho é uma referência ao período de férias de verão dos operadores de mercado de Londres, que costumavam viajar no verão e vendiam suas ações em maio para não se preocupar com o mercado durante esse período.

De olho neste ditado, o analista de research da corretora Rico, Antonio Sanches, fez uma análise sobre se, no contexto econômico brasileiro atual, vale a pena vender ações em maio e retornar para comprar ativos na bolsa de valores apenas em outubro (início do outono no Hemisfério Norte).

O estudo descobriu que, na verdade, vender as ações em maio e retornar apenas em outubro não traria vantagem ao investidor brasileiro.

“Analisando os último 20 anos, o investidor que permanecesse fora da bolsa nesse período teria uma rentabilidade inferior ao Índice Ibovespa,” afirma o estudo.

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Estratégia de “Vender em maio” não funciona no Ibovespa

Na B3 (B3SA3), cerca de 54% do fluxo de negociações vêm de investidores estrangeiros.

Apesar da relevância desses investidores, os meses de recesso e férias escolares no Brasil (julho, novembro e dezembro) são os que registram os menores volumes de negociações.

Por outro lado, os meses de novembro e dezembro estão entre os que mais encerraram no campo positivo, uma predominância que atinge o segundo semestre da bolsa.

“Curiosamente, maio é o mês com pior retorno médio do Ibovespa nos últimos 30 anos, o que
pode justificar a frase “Venda em maio” ainda ser debatida atualmente,” aponta Sanches.

Diante dessas observações, analistas da Rico testaram outras estratégias para identificar qual poderia
trazer os melhores resultados.

“Descobrimos que ficar fora da bolsa de fevereiro até o final de junho seria mais vantajoso que a ausência entre maio e outubro. Entretanto, essa estratégia não superaria o retorno de permanecer no Ibovespa durante todo o ano”, explica o estudo da Rico.

Além disso, os analistas ressaltam que esta análise é baseada em resultados anteriores do mercado, que não garantem que o mesmo padrão de retornos se perpetue.

“Em nossa opinião, a diversificação continua sendo a melhor estratégia para alcançar bons resultados no longo prazo“, completa o analista, descartando a estratégia de Sell in May do Ibovespa.

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Camila Paim

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