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Eletrobras (ELET3) reverte lucro e fecha 1T25 com prejuízo de R$ 354 milhões

Eletrobras

Eletrobras (ELET3) registra prejuízo no 1T25, pressionada por estratégia comercial e revisão tarifária. Foto: iStock

A Eletrobras (ELET3) registrou prejuízo líquido de R$ 354 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 331 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. Segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (14), o resultado foi pressionado por ajustes regulatórios na subsidiária Chesf, com reversão de R$ 952 milhões relacionados à remensuração tarifária após revisão dos contratos de transmissão.

O Ebitda regulatório da companhia somou R$ 5,49 bilhões entre janeiro e março, queda de 3,7% na comparação anual. Já o Ebitda ajustado recuou 4,1%, para R$ 5,38 bilhões. A receita operacional líquida regulatória ficou estável, em R$ 9,71 bilhões.

A receita líquida total, no entanto, cresceu 19,5% no período, atingindo R$ 10,41 bilhões. “[…]”, apontou a administração no relatório. A empresa também destacou que, apesar do prejuízo, houve avanços operacionais, especialmente no controle de custos e eficiência.

Eletrobras (ELET3): resultado pressionado por estratégia de venda de energia

Segundo a Genial Investimentos, os números da Eletrobras (ELET3) vieram abaixo do esperado. A corretora projetava um Ebitda de R$ 5,9 bilhões, enquanto a companhia reportou R$ 5,4 bilhões. “O grande motivo para tal desvio aconteceu devido a estratégia mais agressiva da empresa em vender energia acima da sua capacidade de geração”, escreveu Vitor Sousa, analista da casa.

Essa postura forçou a Eletrobras a comprar energia a preços mais altos no mercado de curto prazo para cumprir os contratos firmados. O Citi também considerou o resultado fraco, mas reconheceu avanços no controle de despesas com pessoal e provisões. A redução anual foi de 8%, abaixo da expectativa do banco, que esperava 15%.

Bernardo Viero, analista CNPI da Suno Research, avaliou: “Ainda que o resultado tenha sido ruim, atingido principalmente por uma estratégia agressiva na comercialização, que obrigou a empresa a comprar energia no mercado de curto prazo para honrar os contratos firmados, vejo uma boa oportunidade de compra com a queda nas ações.”

Viero também destacou a geração de caixa livre de R$ 3,7 bilhões, com yield anualizado próximo de 15%, e os efeitos positivos da venda de ativos para a J&F, com entrada de R$ 2,9 bilhões no curto prazo. Para o analista, o caminho natural da Eletrobras é se tornar uma grande pagadora de dividendos.

A equipe da XP Investimentos, liderada por Vladimir Pinto e Bruno Vidal, também apontou fraco desempenho operacional, com Ebitda ajustado de R$ 5 bilhões, 7,5% abaixo da projeção da corretora. Apesar disso, consideraram positiva a redução da exposição a energia não contratada e a venda das termelétricas. “Acreditamos que os mercados podem não reagir bem a mais um resultado operacional fraco da Eletrobras, apesar de algumas notícias positivas”, escreveram.

Mercado reage com cautela ao balanço

A divulgação do resultado do 1T25 trouxe cautela ao mercado em relação à Eletrobras (ELET3). Com números operacionais abaixo das expectativas e impacto direto de decisões estratégicas, os investidores reagiram de forma conservadora. A ação tende a seguir sensível às próximas sinalizações de desempenho e distribuição de dividendos, especialmente com a entrada de caixa oriunda da venda de ativos

O desempenho da Eletrobras (ELET3) no primeiro trimestre reforça os desafios da companhia diante de um cenário regulatório complexo e estratégias comerciais mais agressivas. Ainda assim, a sólida geração de caixa e os movimentos de desinvestimento alimentam as perspectivas de valorização no longo prazo, com foco em retorno ao acionista.

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