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Não se pode comparar o estado da economia brasileira com o da Argentina, diz Luis Stuhlberger

Luis Stuhlberger

Luis Stuhlberger

Dono da Verde Asset Management e gestor do maior fundo multimercado do Brasil, Luis Stuhlberger mostra estar surpreso com o desenvolver da economia no Brasil.

Em entrevista ao “Estado de São Paulo”, ele diz que, se fosse perguntado, há 6 meses, se o Brasil estaria próximo de aprovar uma reforma da Previdência que economizaria quase R$ 1 trilhão aos cofres públicos, embora importante o andamento da economia do País, a probabilidade era próxima de zero.

Também afirma que a privatização da BR Distribuidora “sem greve, sem bloqueio de entrada”, foi um milagre. Portanto, são sinais de que “coisas importantes” estão acontecendo no País.

Em relação ao cenário internacional, Stuhlberger diz ainda não ter uma explicação concreta para cada vez mais governos venderem títulos com taxas de juros negativos.

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O gestor reitera que a tecnologia promove a deflação e, consequentemente, a queda dos juros. Sendo assim, existe a tendência de um número maior de investidores escolherem ativos físicos, com o ouro e terras, enquanto o dinheiro que conhecemos perde valor.

Economia brasileira precisará de financiamento

Na entrevista do “Estado de São Paulo”, Suthlberger foi questionado o que, além da política monetária, os países desenvolvidos podem fazer para as economias crescerem mais.

O dono da Verde Asset Management diz que os países emergentes precisam equacionar suas dívidas, diferentemente dos países já desenvolvidos.

“O Japão deve 200% do PIB, mas o juro sobre isso é zero. Aí começa a ter a possibilidade de usar estímulos fiscais, como os Estados Unidos estão pensando em fazer e a Europa também.

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, vão “gastar muito mais para fazer a economia crescer e, naturalmente, gastando muito mais, a necessidade de financiamento será maior. Como a gente mesmo compra os nosso títulos, então podemos gastar mais para ter um PIB maior”.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o gestor disse que o indicador ainda não está mostrando todo o seu potencial. “Com uma Selic (taxa básica de juros) de 5%, inflação de 3,5% (ano ano), o benefício que teremos é imenso, em termos de desenvolvimento.”

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Quando perguntando se a crise argentina pode afetar o País, Stuhlberger disse que o Brasil não precisa acelerar seu crescimento.

“A Argentina está numa situação muito ruim há muito tempo. Não se pode comparar o estado da economia brasileira com o da Argentina, com problemas crônicos, porque tem o peronismo desde os anos 50. A economia argentina é muito frágil, é toda dolarizada e sofre com a industrialização.”

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