O dólar fechou em alta de 0,51% nesta segunda-feira (26), cotado a R$ 5,6757, em dia marcado por liquidez bem reduzida, com ausência de negócios nos mercados americanos, fechados em razão do feriado de Memorial Day nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana quase zerou as perdas de maio (-0,2%), mas ainda acumula desvalorização de 8,16% em relação ao real, que apresenta o melhor desempenho em 2025 entre as divisas latino-americanas.
O dia, porém, foi de depreciação da maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities. O real foi abalado pela persistência de um ambiente de cautela e apreensão com as alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre crédito, seguro e operações de câmbio, anunciado na semana passada e parcialmente revertido.
“Foram medidas que mexeram de fato em pontos sensíveis ao capital estrangeiro”, afirmou o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento. Ele destaca, contudo, que foi um momento de exceção, e observa que a apreciação do real, na casa de 8%, é bastante similar à queda no período do DXY, índice que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes.
Nesta segunda, o DXY operou em baixa ao longo do dia e rompeu pela manhã o piso dos 99,000 pontos, com mínima aos 98,694 pontos.
Analistas avaliam que a mudança no IOF, um imposto regulatório, mostra que o governo persiste na estratégia de aumentar a receita para cumprir as metas fiscais, em vez de buscar ajustes estruturais nas contas públicas. “Enquanto Brasília seguir em modo de indefinição, qualquer respiro tende a ser, no máximo, técnico e temporário”, afirma o head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP, Diego Costa.
Entre os indicadores do dia, à tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,297 bilhões na quarta semana de maio. No mês, o saldo é de US$ 6,483 bilhões e, no ano, o superávit acumulado é de US$ 24,212 bilhões.
Euro e libra avançam com adiamento de tarifas
Lá fora, tanto o euro quanto a libra avançaram sobre o dólar após o presidente dos EUA, Donald Trump, adiar a imposição de tarifa de 50% a produtos da União Europeia em cerca de 40 dias. A nova taxação entraria em vigor no próximo domingo, 1º de junho, e ficou para 9 de julho.
“Embora houvesse temores de estagflação há algumas semanas, o cenário no Reino Unido agora parece mais promissor”, avaliou Michael Pfister, do Commerzbank. A moeda britânica chegou a US$ 1,3593.
Na análise da ActivTrades, o dólar deve continuar sob pressão, à medida que os investidores diversificam suas carteiras. “Os investidores respondem à persistente incerteza política se desfazendo de ativos denominados em dólares”, afirmou a corretora.
Com Estadão Conteúdo
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