O dólar oscilou nos dois sentidos durante a sexta-feira (9) e fechou em sua segunda queda consecutiva, desta vez em menor intensidade, de 0,11%, a R$ 5,6548. Durante o dia, a moeda norte-americana operou entre a mínima de R$ 5,6386 e a máxima de R$ 5,6700.
Depois de cair 1,46% na quinta-feira (8), o dólar fechou a semana praticamente estável e tem queda acumulada de 0,38% no mês de maio e de 8,50% no ano.
Divisas emergentes em geral ganharam terreno em dia marcado por uma rodada global de enfraquecimento da moeda norte-americana. O índice DXY, termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, apresentou queda moderada, mas manteve-se acima da linha dos 100,000 pontos, rodando na casa dos 100,300 pontos no fim da tarde.
Investidores ajustaram posições de forma cautelosa à espera do início das negociações comerciais entre norte-americanos e chineses a partir do sábado (10). Não houve apetite para grandes apostas depois do rali dos ativos de risco na quinta com a notícia de acordo sobre tarifas entre EUA e Reino Unido, seguido de declarações mais amenas do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação à China.
Na manhã desta sexta, Trump afirmou, em publicação na Truth Social, que “uma tarifa de 80% para a China parece correta”. As taxas estão hoje em 145%. À tarde, a secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os EUA não reduzirão as tarifas de forma unilateral e que precisam ver concessões por parte da China, que classifica as tarifas como “abusivas”.
Dólar e juros: IPCA tem pouca influência
No mercado brasileiro, a leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril veio praticamente em linha com as expectativas, com 0,43% de inflação em abril e 5,53% no acumulado de 12 meses. Com isso, analistas viram pouca influência do indicador no câmbio.
“No geral, o mercado adota um tom mais cauteloso, de olho nos próximos dias e nos desdobramentos do fim de semana”, aponta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Quanto ao impacto da Selic, elevada para 14,75% ao ano, especialistas apontam que, embora o Copom tenha sinalizado que pode ter encerrado o ciclo de alta da Selic, os juros devem se manter em nível contracionista por período prolongado. Esse quadro dá certo suporte ao real ao estimular operações de carry trade e encarecer a manutenção de posições compradas em dólar.
Notícias Relacionadas