Dólar dispara 1,6%, negociado a R$ 5,76, com temor do risco fiscal

O dólar disparou hoje, pressionado pelo temor de aumento do risco fiscal do Brasil, quando o governo não consegue conter o crescimento acelerado da dívida. Por volta das 13h40 a moeda norte-americana subia a 1,62%, negociada a R$ 5,7698.

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Apesar dos indicadores internacionais apresentarem melhora em razão do início da vacinação, o Brasil vai de caminho ao contrário.

Nos últimos dias, as movimentações políticas acarretaram em instabilidade e grande aversão ao risco no mercado. Com isso, o dólar reverteu a queda do início do ano, quando era negociado a R$ 5,44.

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Na análise da economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, os investidores hoje têm cautela e o dólar apresentará até seu fechamento grande volatilidade.

A economista aponta que a instabilidade provoca a saída de fluxo de capital estrangeiro e a discussão do auxílio emergencial gera nos investidores dúvidas sobre as contas públicas.

“Apesar do cenário externo estar apresentando melhora, no Brasil a gente tem visto justamente o contrário. Há uma grande falta de coordenação política no alto escalão, o que acaba provocando uma grande instabilidade e uma grande aversão ao risco. Consequentemente, vemos grande saída de fluxo de investimentos estrangeiros no país, o que acarreta na pressão em nossa moeda“, apontou Quartaroli.

Após a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4), a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) sofreu fuga recorde de capital externo. Os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,2 bilhões no período de três pregões desde o estouro da crise, na sexta-feira (19).

Na segunda-feira (22), quando as ações da estatal caíram mais de 20%, a saída de estrangeiros chegou a R$ 6,8 bilhões.

Além da saída do capital estrangeiro, o novo auxílio emergencial que já está em discussão no Senado Federal chama a atenção do mercado e aumenta o temor entre os investidores de risco fiscal.

“Adicionalmente, tem a possível extensão do auxílio emergencial e, se acontecer, a preocupação é se haverá ou não uma contrapartida para que haja impacto menor nas contas públicas. Isso aumenta ainda mais a preocupação com o aspecto fiscal e o possível novo aumento da inflação“, completou a economista.

Última cotação do dólar

Na última sessão, terça-feira (2), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,16%, negociado a R$ 5,66.

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Poliana Santos

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