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Déficit zero só tem efeito simbólico? Veja análise de professor da Unicamp

Economista do JPMorgan prevê crescimento do PIB brasileiro em 2025.

Economista do JPMorgan prevê crescimento do PIB brasileiro em 2025. Foto: Pixabay

“O déficit ser zero ou ser 0,5% não faz diferença alguma em termos de variação da dívida [pública]”. Quem traz essa afirmalção é o professor Pedro Linhares Rossi, do Instituto de Economia da Unicamp. Especialista em política fiscal, o professor acredita que o impacto do déficit zero é muito pequeno, segundo apuração da Agência Brasil.

Rossi diz que a questão fiscal é tratada por especialistas e pela imprensa, como caminho para reformas do gasto público. “Há uma ideia, desde 2015, de que é preciso cortar gastos públicos, e o resultado fiscal é usado como instrumento para esse constrangimento”, comenta o professor da Unicamp.

Por outro lado, Rossi acredita que a economia que o déficit zero tem uma atuação “restrita a situações de curto prazo”. Ele explica que as variáveis fiscais são fundamentais no médio e no longo prazos, mas não adianta buscar estabilização da dívida ou redução do déficit gerando corte de gastos que, por sua vez, geram desemprego e queda do crescimento.

O especialista argumenta que a dívida pública está sob controle, e o Estado seguirá remunerando normalmente investimentos em títulos públicos. Como as contas estão “sob controle”, o professor Rossi acredita que o déficit zero não é necessário.

Ao contrário disso, o professor da Unicamp acredita que o país precisa de mais investimentos, para gerar maior crescimento econômico, “pontecializando a arrecadação e melhores condições para o equilíbrio fiscal”, destaca.

Ministério da Fazenda quer o déficit zero, mas reclama da redução das receitas

No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento.

Na segunda-feira, 30, Haddad convocou coletiva de imprensa para apresentar os novos indicados à diretoria do Banco Central e foi insistentemente questionado pelos jornalistas sobre a manutenção da meta zero em 2024, mas desconversou.

“A ‘minha meta’ está mantida para buscar equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um País melhor”, respondeu Haddad, antes de deixar o auditório da Pasta enquanto ainda era questionado pelos jornalistas.

O ministro da Fazenda admitiu em que há erosão de tributos. “Esse gasto tributário está em um patamar exagerado em função dessas decisões que foram tomadas em 2017, e que a repercussão está acontecendo agora”, afirmou o ministro.

De acordo com Haddad, o abatimento sobre a base de cálculo da CSLL e do IRPJ no ano passado foi de R$ 149 bilhões, e a estimativa para este ano é de R$ 200 bilhões.

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