Após crise da Avianca, oferta de voos cai ao menor nível desde 2010

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou nesta sexta-feira (26) que a oferta de transporte aéreo brasileiro diminuiu 9,2% em junho ante o mesmo período de 2018. A redução ocorreu após a crise da Avianca.

Dessa forma, o número de assentos chegou ao nível mais baixo desde junho de 2010. A queda pode ser explicada pois a Avianca era responsável por 14% do mercado aéreo do País.

“Até o final de maio a empresa conseguiu ainda preservar alguns voos domésticos. Em junho, a transportadora, que chegou a responder por até 14% do mercado doméstico, ficou inativa”, informou a Abear no comunicado.

A associação ressaltou que as demais companhias aéreas do mercado nacional registraram resultados positivos, com “reforço de demanda e de passageiros atendidos”.

A demanda de voos domésticos caiu 4,73% em relação ao último ano. No entanto, a redução da oferta foi ainda maior do que a diminuição do valor demandado. Por isso, a taxa de ocupação dos aviões subiu 3,84 pontos percentuais na comparação anual, para 81,76%.

O número de passageiros em voos domésticos caiu 2,67% no último mês ante junho de 2018. Assim, o número de pessoas transportadas foi de 7 milhões.

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Resultado semestral

Conforme informado pela Abear, nos seis primeiros meses deste ano a oferta de voos domésticos diminuiu em 1,43% em comparação ao primeiro semestre de 2018. Por outro lado, a demanda apresentou crescimento de 1,09% ante o último ano.

O aproveitamento das aeronaves cresceu 2,05 pontos percentuais e chegou a 82,23% de ocupação. Além disso, o número total de passageiros transportados no semestre chegou a 45,5 milhões, o que indica alta de 1,54% ante 2018.

A Abear apresentou ainda outros motivos, além da crise da Avianca, para a diminuição da oferta no semestre. “A estagnação econômica e elevação de custos operacionais, contribuem para a deterioração dos resultados consolidados no acumulado do ano”, informou a associação.

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Crise da Avianca

A Avianca está em recuperação judicial desde dezembro 2018. O pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo no dia 10 de dezembro, após prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.

A empresa é a quarta maior companhia de aviação do Brasil. Assim, a aérea operava mais de 13% do mercado nacional e vinha registrando um alto crescimento ao longo dos últimos anos.

Saiba mais: Latam e Gol não poderão disputar os slots da Avianca, decide Anac

A empresa possuía 5,3 mil funcionários antes do pedido de recuperação judicial. Entre eles, 617 eram pilotos e 1,1 mil comissários. Contudo, com as dificuldades econômicas, a companhia deixou de pagar seus funcionários.

Avianca realizou um leilão de seus slots, horários de pousos e decolagens, no início do mês. O intuito era arrecadar dinheiro para pagar parte de suas dívidas. No entanto, a Anac decidiu que os slots seriam distribuídos para empresas entrantes no mercado.

Giovanna Oliveira

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