Credores da Avianca aprovam plano de recuperação judicial da companhia

Os credores da Avianca Brasil aprovaram na noite da última sexta (5) o plano de recuperação judicial da companhia. Entre os presentes na assembleia, 80% concordaram com os termos.

A assembleia havia sido suspensa após discordâncias de representantes dos trabalhadores e de empresas que prestam serviços à Avianca Brasil. O grupo discordava do pagamento das dívidas da empresa.

Saiba mais: Além da Azul, Avianca também decepciona trabalhadores e fornecedores

Na proposta apresentada na assembleia, consta a divisão da empresa em sete Unidades Produtivas Isoladas (UPI), cujo leilão deve ser realizado ainda em abril, de acordo com a companhia.

A Latam e a Gol já haviam anunciado na última quarta (3) que fariam individualmente ofertas pelas UPIs. O valor seria de US$ 70 milhões. Já o presidente da Azul, John Rodgerson, chegou a criticar a proposta de divisão.

Saiba mais: Avianca: assembleia de credores tem debate entre Azul e Elliott

“Eu não sei como você pode ter sete divisões com aeronaves, pessoal. Isso é um plano para fechar a empresa em vez de resgatar uma empresa. É um fundo que está com essa ideia para tentar achar mais dinheiro, mas não vai dar certo na minha opinião”, afirmou Rodgerson.

Em março deste ano, a Azul fez uma proposta para comprar parte das operações da Avianca por US$ 105 milhões, algo em torno de R$ 400 milhões. Em relação ao modelo de divisão dos ativos da aérea, o presidente afirmou que a acredita que a Azul não tem interesse em negociar uma das sete partes.

Saiba mais: Voo da Avianca é impedido de decolar após avião ser penhorado

A assembleia dos credores estava marcada inicialmente para ocorrer em 29 de março. Entretanto, naquela ocasião não houve quórum suficiente. Decidiu-se então que o encontro da última sexta fosse realizado independentemente do número de presentes.

A Avianca tem uma dívida de 2,8 bilhões de reais e está recorrendo a empréstimos para tentar manter suas atividades. O plano de recuperação judicial apresentado prevê a constituição das sete UPIs. Nelas serão alocados os ativos da companhia aérea, e em seguida serão leiloadas no processo de recuperação judicial. O valor obtido através desses leilões será integralmente utilizado para pagar as dívidas.

Entre os ativos que serão leiloados estão as autorizações de pousos e decolagens. Essas autorizações são concedidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e são cobiçadas pelas concorrentes da Avianca.

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião