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Cosan (CSAN3) afunda 15% em 2 dias após compra de fatia da Vale (VALE3); veja análises

Cosan (CSAN3) reverte lucro bilionário e tem prejuízo de R$ 201,9 milhões no 3T22

Cosan (CSAN3). Foto: Divulgação

Após a Cosan (CSAN3) comprar uma fatia de 5% da Vale (VALE3) e movimentar o noticiário econômico da semana anterior, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram seu otimismo com os papéis, apesar de preferirem se expor à companhia ‘por meio de suas subsidiárias no curto prazo‘.

A recomendação da casa é de compra para as ações da Cosan, com preço-alvo de R$ 39.

“Crescer em diferentes setores faz parte do DNA da Cosan. E aceitar isso é fundamental para entender a tese do investimento. O negócio é mais um passo da Cosan em direção a setores de forte importância para a transição energética global, e a Vale oferece uma combinação rara de oportunidades de desbloqueio de valor no ciclo de commodities. Os desafios são muitos, mas vemos a Cosan como uma das poucas holdings capazes de aproveitar tais oportunidades”, dizem os analistas do BTG Pactual sobre CSAN3.

Segundo a casa, o foco “será de extrema importância para o sucesso deste novo passo”, mas há estimativa de que o processo corra bem em decorrência da estrutura e cultura corporativa da empresa.

“Seguimos otimistas com a CSAN e a vemos como uma forte história de geração de caixa em nossa cobertura”, diz o BTG.

Os analistas também destacaram a compra da Vale pela Cosan como uma “surpreendente reviravolta” e reiteraram que a operação pode sofrer mudanças, já que a participação acionária em VALE3 pode aumentar para 6,5% por meio de uma estrutura de derivativos adicional, que depende principalmente da aprovação do CADE.

“O valor da transação, supondo que a CSAN eventualmente converta todos os derivativos em ações da VALE3, pode chegar a surpreendentes R$ 22 bilhões (ou quase 2/3 do valor de mercado da Cosan)”, destaca o BTG.

Credit Suisse não vê mudança de valor

Com visão neutra, os analistas do Credit Suisse destacam que a transação ‘não cria ou destrói valor por si só’.

“O assunto principal, realmente, é a materialização deste negócio irá afetar a exposição ao risco da Cosan, especialmente por conta dos custos financeiros”, diz o banco.

Além disso, os analistas da casa destacam que a influência na Vale pode ser limitada e não há sinergia clara entre os dois grupos.

Goldman Sachs vê risco em compra feita pela Cosan

Os analistas do Goldman Sachs destacaram que, no atual valor de mercado da Vale de US$ 67 bilhões, a transação implica um valor de aproximadamente US$ 3,3 bilhões, ou seja, cerca de 51% do valor de mercado da Cosan.

“Os principais riscos, em nossa opinião, incluem níveis mais altos/abaixo do esperado de atividade, preços locais do Brent mais altos, mudanças maiores do que o esperado na produção, risco cambial, intervenção governamental na precificação da gasolina/diesel”, diz o relatório.

O Goldman Sachs tem recomendação neutra para as ações CSAN3, com preço-alvo de R$ 23,40.

Desempenho de CSAN3 após compra da Vale

Desde que a compra foi anunciada, os papéis da empresa caíram 8,7% na sexta (7) e recuaram mais de 7,5% nesta segunda (10) – liderando quedas do Ibovespa.

No acumulado do ano, a Cosan cede cerca de 27%.

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