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Consumidor deixa de pagar conta de luz para comprar alimentos

Cashback pode elevar preços da cesta na reforma tributária, diz Abras

Cashback pode elevar preços da cesta na reforma tributária, diz Abras. Foto: Pixabay

Em fevereiro passado, Viviane da Silva Rocha, de 36 anos, mãe de um menino de 6 e há quatro meses desempregada, teve de fazer uma escolha: ou pagava a conta de luz – que subiu repentinamente de R$ 80 para R$ 300 – ou fazia as compras de alimentos no supermercado. “A minha opção foi comer”, disse. Na última sexta-feira, ela foi ao posto de atendimento da distribuidora de energia para tentar negociar a dívida de três contas em atraso, que somam R$ 900.

Desde que foi demitida de uma empresa de serviço de limpeza, Viviane vive com o seguro-desemprego de R$ 1.200. Foi a primeira vez que ela ficou inadimplente com o pagamento da conta de luz.

A decisão da ex-faxineira e de milhões de brasileiros que se viram pressionados pela tarifa de energia elétrica engrossou as estatísticas de inadimplência. Nos últimos 12 meses até abril, a energia já subiu 20,52%, e superou a inflação geral de 12,13% no período. Depois das pendências com bancos, com alta de 18,75%, as dívidas não pagas de contas básicas de água e luz foram as que mais cresceram em abril ante o mesmo período de 2021. O aumento foi de 7,92%, aponta levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

“O aumento da inadimplência de contas de água e luz retrata a situação do País”, disse Merula Borges, coordenadora financeira da CNDL.

Com o desemprego elevado e inflação em alta, as pessoas estão direcionando os gastos para o consumo básico de comida e até se arriscam a ter luz e água cortadas ao deixar de pagar a conta. Ela lembra que no passado o avanço da inadimplência dessas contas básicas oscilava entre 2% e 3%.

No caso das dívidas não pagas com bancos, elas sempre lideraram o ranking da inadimplência. Normalmente, esse tipo de calote é o que mais cresce e que responde pela maior fatia da inadimplência (60%). “É relativamente mais fácil deixar de pagar banco.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com Estadão Conteúdo

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