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Construtoras driblam juros altos e disparam no 3º tri; análise do BB destaca Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3)

Construtoras mantêm ritmo forte no 3T25, segundo análise do BB Investimentos.

Construtoras mantêm ritmo forte no 3T25, segundo análise do BB Investimentos.

Nem mesmo os juros altos conseguiram frear o setor de construção civil no 3º trimestre de 2025. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (20), o BB Investimentos apontou resultados sólidos para as principais construtoras da Bolsa, com destaque para Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).

Segundo a casa, o setor segue apoiado em programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e em um ambiente de crédito mais favorável. A análise mostra que, mesmo em um cenário de custo elevado do dinheiro, as empresas mantêm lançamentos e margens saudáveis, sustentadas pela demanda reprimida e pela diversificação de produtos.

Condições de crédito impulsionam o setor

O relatório do BB Investimentos destaca que as novas regras de crédito imobiliário trouxeram um alívio importante para o segmento. As medidas liberaram cerca de R$ 36,9 bilhões para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), elevaram o teto de imóveis financiáveis de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e restabeleceram o financiamento de até 80% do valor dos imóveis.

“As mudanças tanto no FGTS quanto na poupança garantem a perenidade das fontes de financiamento, reforçando a estabilidade do setor”, diz o relatório. O movimento também ajudou o índice IMOB a avançar 54% em 12 meses, frente a 19% do Ibovespa, refletindo o apetite renovado dos investidores por papéis ligados ao mercado imobiliário.

Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) seguem na dianteira

Entre as construtoras voltadas à habitação popular, Cury e Direcional mantêm o protagonismo.
Cury (CURY3) lançou nove empreendimentos, somando R$ 1,7 bilhão em VGV, e alcançou o 26º trimestre consecutivo com geração de caixa positiva, que atingiu R$ 233 milhões. O landbank da empresa chegou a R$ 23,3 bilhões, o suficiente para sustentar o ritmo de lançamentos por mais de dois anos.

Já a Direcional (DIRR3) registrou R$ 2 bilhões em lançamentos, recorde histórico para a companhia, e acumulou R$ 494 milhões em geração de caixa nos primeiros nove meses de 2025, alta de 250% frente ao mesmo período de 2024. Para o BB Investimentos, “o banco de terrenos atual da Direcional comporta mais de oito anos de lançamentos, reforçando sua posição no segmento econômico”.

MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3) mostram ajustes no ritmo

MRV (MRVE3) apresentou leve desaceleração, com R$ 2,35 bilhões em lançamentos, mas compensou com R$ 2,44 bilhões em vendas líquidas. O destaque veio da operação americana Resia, que reduziu a queima de caixa após a venda de terrenos avaliados em US$ 32 milhões, como parte do plano de desalavancagem.

Tenda (TEND3) lançou 14 empreendimentos, totalizando R$ 1,56 bilhão em VGV, e prepara o projeto Casapatio Canoas, no Rio Grande do Sul, voltado a famílias atingidas pelas enchentes — um contrato de R$ 300 milhões previsto para entrar no balanço do quarto trimestre.

Cyrela (CYRE3) e EZTEC (EZTC3) desafiam o ciclo dos juros altos

Voltadas ao médio e alto padrão, Cyrela e EZTEC desafiaram a lógica dos juros altos.
Cyrela (CYRE3) lançou R$ 5 bilhões em empreendimentos, acumulando R$ 9,66 bilhões no ano — alta de 105%sobre 2024 — e concentrou 58% desse volume em produtos de alto padrão. As vendas líquidas chegaram a R$ 2,46 bilhões, com ritmo de comercialização considerado resiliente.

EZTEC (EZTC3), por sua vez, adaptou o mix de produtos ao foco no médio padrão. Mesmo com queda de 32% nos lançamentos, as vendas subiram 6%, e o VSO passou de 31,7% para 34,4%, sinalizando rápida absorção das unidades.

Construtoras mantêm protagonismo na Bolsa

BB Investimentos conclui que o setor de construtoras segue robusto, com fundamentos sólidos e perspectiva positiva. “O mercado imobiliário brasileiro continua a mostrar atividade pujante, impulsionada por condições de crédito mais favoráveis e pela eficiência das companhias na gestão de portfólio”, resume o relatório.

A leitura reforça a visão de que, mesmo em meio à incerteza macroeconômica, o investidor encontra no setor construtoras oportunidades que combinam crescimento, previsibilidade e resiliência.

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