Alan Gandelman

Para onde vai o real?

Por que tanta valorização do real em cenário ainda pós-pandemia, guerra na Ucrânia, ano eleitoral, lockdowns na China e tantas outras questões?

Na verdade essa não e a pergunta certa. A pergunta é por que tanta valorização do real em cenário ainda pós-pandemia, guerra na Ucrânia, ano eleitoral, lockdowns na China e tantas outras questões de menor importância que as supracitadas que normalmente fariam com que este dólar frente ao real estivesse bem mais forte…  Ah, faltou falar da alta de juros nos Estados Unidos e da inflação global  – enfim, é uma cesta de ingredientes que geraria mais programas gastronômicos do que os vários exibidos pelo GNT e cá estamos com o dólar em mínimas vistas desde antes da pandemia. Vamos às explicações:

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1 – Os juros reais altos no Brasil (Selic a 12.75 e inflação beirando os 6.5%) favorecem o chamado ‘carry trade ‘ que é quando o investidor estrangeiro toma recursos a taxas bem mais baixas que a nossa Selic e os aplica no Brasil, aproveitando essa arbitragem de juros.

2 – Alta do preço das commodities por influência direta dos fatores geopolíticos que estamos vivendo. Como somos exportadores de commodities, os recursos que aqui estão entrando são mais um fator para a queda do dólar – grande contribuinte, aliás…

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3 – Rússia por ora fora do radar dos investidores. Esse fator faz com que grandes investidores em ativos, tanto em renda fixa como em renda variável principalmente, rebalancem suas posições em mercados emergentes, aumentando proporcionalmente suas carteiras em outros países dos recursos que estavam alocados à Rússia, que hoje e carta fora do baralho.

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4 – Cada vez mais vemos a possibilidade de uma eleição polarizada entre Lula e Bolsonaro, o que não assusta o mercado e não causa o tsunami eleitoral que acontece normalmente de quatro em quatro anos…

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Dadas essas explicações, agora sim respondo para onde vai o real. Para os que acompanham esta coluna, quando o dólar estava a R$ 5.50, ousei dizer que voltaria para R$ 5. Me chamaram de louco. Mais recentemente, quando o dólar rompeu para baixo de R$ 5.10, disse para a família, amigos e vizinhos que iria para R$ 4.75. Mais uma vez fui chamado de louco, mas desta vez no privado. Agora, mais uma vez vou apostar, dado tudo que relatei, que em breve veremos o dólar a R$ 4.50… Sim, estou botando mais uma vez minha cara a tapa – mas pelo menos os leitores que estão loucos para voltarem a ir para a Disney vão gostar das minhas projeções.

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Nota

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Alan Gandelman

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