A Cielo (CIEL3), maior empresa de maquininhas de cartões do Brasil, registrou lucro líquido consolidado de R$ 480,8 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 1,9% na comparação anual. Em 2023, a linha alcançou R$ 1,86 bilhão, elevação de 26% ante 2022.
De acordo com a Cielo, 2023 representou “mais marco na retomada de lucratividade”, com uma agenda de excelência operacional e busca de mais eficiência. Nesse ambiente, a margem líquida da credenciadora terminou em 23%.
De acordo com a companhia, a queda no lucro do 4T23 da Cielo pode ser atribuída ao comportamento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) – com menores volumes em Cielo Brasil e maiores investimentos no time comercial e no processo de transformação operacional.
No trimestre, o Ebitda da Cielo subiu 9,3% ante igual período de 2022, para R$ 999,6 milhões, refletindo ajuste na linha de Outras controladas. Não fosse esse efeito, segundo a Cielo, o lucro operacional teria apresentado uma queda de 8,5%. No ano passado, o Ebitda somou R$ 4,41 bilhões, um aumento de 15,7% na comparação anual.
Já a receita operacional líquida da Cielo foi de R$ 2,77 bilhões, uma alta de 0,6% ante igual intervalo do ano anterior. Em 2023, a receita teve uma leve baixa de 0,9% na base anual, a R$ 10,69 bilhões.
Em 12 meses, a margem Ebitda da credenciadora de lojistas evoluiu quase 3 pontos porcentuais, para 36,1%. Já a receita operacional líquida da Cielo foi de R$ 2,77 bilhões no quarto trimestre, avanço de 0,6% na comparação com o mesmo período de 2022.
Já as despesas operacionais da empresa somaram R$ 501 milhões no quarto trimestre, alta de 25% em 12 meses. O aumento reflete o maior investimento da credenciadora de lojistas, com destaque para expansão comercial e iniciativas de transformação operacional, o que fez crescer as despesas administrativas e de pessoal.
Ao final de dezembro, a Cielo tinha R$ 1,434 bilhão em caixa, queda de R$ 735,3 milhões frente a 31 de dezembro de 2022, mas aumento de R$ 287,2 milhões frente setembro de 2023. Segundo a empresa, a redução das disponibilidades na comparação anual é explicada, principalmente, pelo aumento de recursos alocados em produtos de prazo.
Queda de 1,1% nas transações da Cielo
O volume de transações da Cielo, ou seja, tudo aquilo que foi movimentado nas maquinhas da Cielo, atingiu R$ 221,85 bilhões no último trimestre de 2023, uma queda de 4,1% ante o mesmo período de 2022. No ano passado, o volume total caiu 6,4% na comparação com o ano anterior, para R$ 816,17 bilhões.
Segundo a empresa, a linha foi impactada no quarto trimestre pela queda de 1,1% nas transações com cartões de crédito e uma baixa de 8,4% em volumes com cartão de débito.
Os gastos totais da Cielo, por sua vez, que são a soma de custos e despesas, foram de R$ 834,1 milhões, 9% maior que o visto no mesmo período de 2022, em virtude dos investimentos de melhoria operacional, das expansões da força comercial e da pressão inflacionária sobre estrutura de gastos.
Cateno tem lucro líquido recorde de R$ 314 mi no 4º trimestre de 2023, alta de 6,6%
A Cateno, empresa controlada pela Cielo e pelo Banco do Brasil (BBAS3), e que faz a gestão dos cartões Ourocard, do BB, um dos maiores emissores desses meios de pagamento no Brasil, teve lucro líquido recorrente de R$ 314,9 milhões no quarto trimestre de 2023, aumento de 6,6% em um ano, impulsionado pelo crescimento da receita e mais transações. O resultado foi recorde. No ano de 2023, o ganho foi de R$ 1,166 bilhão.
A Cielo possui 70% das ações da Cateno, e o BB, os outros 30%. Considerando só o porcentual de participação, a Cateno gerou para a Cielo resultado de R$ 220 milhões no quarto trimestre de 2023.
No total, a Cateno registrou volume de transações de R$ 111 bilhões no quarto trimestre do ano passado, número 4,9% maior que o do mesmo período de 2022, e 7,2% superior ao do terceiro trimestre. No ano, esse volume somou R$ 415 bilhões, expansão de 4,8%.
A receita operacional líquida somou R$ 1,133 bilhão, aumento de 5,2%.
Empresa aprova JCP
Além do resultado de 2023, a Cielo também anunciou a distribuição de R$ 410 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), equivalentes a R$ 0,15198153370 por ação, que devem ser aprovados pelos acionistas em assembleia geral ordinária. A AGE será realizada quando da aprovação dos resultados de 2024.
Terão direito ao recebimento os acionistas da Cielo com posição em 15 de março de 2024, sendo que a partir de 18 os papéis serão negociados ex-JCP. O pagamento será realizado no dia 30 de abril deste ano.
Com Estadão Conteúdo
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