As principais autoridades econômicas da China anunciaram uma ambiciosa meta de crescimento econômico para o país e planos para atingir a autossuficiência em ciências e tecnologia. O Partido Comunista, que detém o poder, estabeleceu uma meta de crescimento econômico anual “acima de 6%”.
A China foi o único grande país a crescer no ano passado, com alta de 2,3% do produto interno bruto (PIB), após a inédita paralisação quase total da economia para o combate à covid-19.
O anúncio da nova meta foi feito pelo premiê Li Keqiang em um congresso nesta sexta-feira (5), em que cerca de 3 mil delegados do partido estão reunidos para um encontro anual de duas semanas, o principal evento do calendário político chinês. Apesar do alvo ficar dentro do divulgado em anos anteriores, ele surpreende por estar em meio a incertezas causadas pela pandemia da covid-19.
China quer cortar déficit fiscal
Com as projeções agora nos níveis pré-pandemia, os legisladores de Pequim sinalizam que pretendem retirar gradualmente medidas de estímulo e se concentrar em controlar a dívida do país. O premiê Li afirmou que a meta para a China é cortar o déficit fiscal para 3,2% do produto interno bruto neste ano, ante 3,6% em 2020.
Os planos do Partido Comunista Chinês incluem manter a inflação neste ano em cerca de 3%, ante 3,5% em 2020, e a criação de onze milhões de empregos, número maior do que os nove milhões planejados no ano passado.
Li prometeu “trabalhar rapidamente para melhorar a capacidade estratégica científica e tecnológica” do país. Os planos, porém, são ameaçados pelas tensões com Washington sobre tecnologia e segurança, que levaram o ex-presidente Donald Trump a impor sanções à indústria de telecomunicações e tecnologia chinesa.
O Partido Comunista da China irá “considerar a autossuficiência científica e tecnológica como um apoio estratégico para o desenvolvimento nacional”, disse o premiê.
Li prometeu ainda perseguir o “desenvolvimento verde”, após o presidente, Xi Jinping, garantir que a China irá neutralizar as emissões de carbono até 2030.
(Com Estadão Conteúdo)
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