Carrefour (CRFB3) e Cornershop apostam em entrega ‘Express’

O Carrefour (CRFB3) e a Cornershop, plataforma de compras da Uber, e o fecharam mais uma parceria, desta vez para oferecer entregas de compras de urgência em 15 minutos.

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A nova operação, ainda em versão piloto, funciona a partir de 5 lojas na bandeira Carrefour Express e está no terceiro mês.

Não há prazos fechados para o crescimento desse serviço – a perspectiva é que sejam acrescentadas ao projeto mais 10 lojas do tipo em São Paulo até o fim do ano. “Se não for até o fim do ano, será logo em seguida”, diz Samuel James, Chief Digital Officer, do Grupo Carrefour.

A diferença desse projeto para outros de entrega rápida oferecido por plataformas concorrentes é que não são usados estoques exclusivos para o e-commerce, as chamadas dark stores. As entregas partem de lojas que já existem, o que traz vantagens e desvantagens.

Possível redução de custos para o Carrefour

Para Cristina Alvarenga, head da Cornershop no Brasil, o fato de ter um varejista como parceiro faz com que a companhia não tenha de se preocupar com atividades que não são suas especialidades, tais como procurar pontos de locação para construir estoques e formar a gama de produtos ideal para a região.

Do lado do Carrefour, segundo James, a vantagem é não ter de arcar com custos de ter motoboys parados nas lojas esperando por chamados, bem como com toda a tecnologia que envolve um aplicativo de entregas.

Por outro lado, ambas as empresas tiveram de se adaptar a usar um espaço inicialmente pensado para compras do cliente, de modo a usá-lo como um micro centro de distribuição, no qual os funcionários possam separar rapidamente os produtos e liberá-los para a entrega.

Nessa adaptação, Alvarenga conta que a Cornershop teve de adicionar tecnologia ao processo para que o pedido demorasse menos tempo para chegar aos funcionários que têm a missão de preparar o pacote do cliente. Assim, sobra mais tempo para esse processo, que, se fosse feito em um dark store, seria mais rápido.

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Já as lojas do Carrefour que passaram a integrar o programa, tiveram de adicionar um funcionário à folha para dar conta de servir os clientes da loja física e das compras rápidas digitais. James explica que esse modelo ainda não está fechado e que é possível atingir mais eficiência sem ter de aumentar o número de funcionários por estabelecimento.

Para ambas as empresas esse ainda é um período de investimento. O comércio eletrônico não costuma ser grande fonte de rentabilidade quando operado nesse nível de rapidez e com produtos de baixo valor agregado.

O foco nesse tipo de operação é conseguir que o cliente volte a comprar pela plataforma muitas vezes e em diferentes formatos: compras maiores e com mais tempo de entrega ou mesmo de forma presencial. A rentabilidade vem dessa combinação e da escala.

“O nosso objetivo é de rentabilidade, mas não agora, a curto prazo, em piloto de três meses. Existe um investimento do nosso lado para que consigamos colocar a operação de pé.

Ele já tem chegado a um nível de ‘units per order’ (margem de contribuição por pedido) em linha com o que esperávamos para essa etapa e com potencial de melhoria à medida que o projeto escala”, diz Alvarenga, da Cornershop.

Em outras operações de conjuntas entre as duas empresas fora do país, esse caminho de rentabilidade tem evoluído, conta a executiva. O Carrefour e a Uber são parceiros em nível global para a entrega de compras, independentemente da modalidade de entregas.

No Brasil, a operação-piloto de entrega rápida do Carrefour com a Cornershop oferece entre 2 mil e 3 mil produtos aos clientes a cada loja e os produtos frescos correspondem a 30% dos itens pedidos. Ao todo, são mais de 250 lojas disponíveis no aplicativo, em cerca de 100 cidades brasileiras.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Ana Clara Macedo

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