Braskem (BRKM5) lidera quedas do Ibovespa após novos cortes de rating
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As ações da Braskem (BRKM5) lideram as quedas do Ibovespa na manhã desta segunda-feira (29), após a companhia ter seu rating rebaixado pelas agências de classificação de risco Fitch Ratings e S&P Global. Por volta das 11h30, as ações derretiam 3,29%, a R$ 6,79.
Na sexta-feira (26), a Braskem anunciou a contratação de assessores financeiros e jurídicos para avaliar alternativas de reestruturação de capital. A medida acendeu alertas sobre a situação de endividamento da petroquímica, já que os rebaixamentos colocaram os títulos de dívida da empresa em patamares considerados de risco elevado.
Por que a Fitch e a S&P cortaram o rating da Braskem?
A Fitch Ratings reduziu o rating da Braskem de “BB-” para “CCC+” no crédito global e de “AA(bra)” para “CCC(bra)” no nacional. Segundo a agência, a decisão reflete o aumento dos riscos de crédito e liquidez, agravados pelo consumo persistente de caixa e pela necessidade de amortizar dívidas que vencem em 2028.
Já a S&P Global rebaixou a nota da companhia para “CCC-”, também com perspectiva negativa. A agência destacou que a contratação de assessores financeiros e jurídicos sinaliza potenciais dificuldades na gestão da estrutura de capital, elevando a probabilidade de uma reestruturação de dívida no curto prazo. Em 18 de setembro, a agência já havia reduzido o rating da companhia de ‘BB-‘ para ‘B+’.
Além disso, tanto a Fitch quanto a S&P ressaltaram que a alta alavancagem, a compressão dos spreads petroquímicos e a expectativa de deterioração da liquidez a partir de 2026 reforçam os riscos para a companhia.
O que está acontecendo com a Braskem (BRKM5)?
A Braskem enfrenta um cenário de forte pressão financeira, reflexo de um ciclo prolongado de baixa no setor petroquímico. No segundo trimestre de 2025, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 267 milhões, revertendo o lucro obtido no trimestre anterior.
Em comunicado divulgado na semana passada, a empresa afirmou que a contratação de assessores busca “auxiliar na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar sua estrutura de capital” e mitigar os impactos da desaceleração global.
“O EBITDA recorrente de R$ 427 milhões apresentou uma queda acentuada T/T (-68%) e A/A (-74%). O prejuízo líquido de R$ 267 milhões reverteu o lucro líquido do trimestre anterior. Em nossa opinião, a possível aprovação do projeto de lei PRESIQ seria uma importante tábua de salvação para a Braskem e para o setor”, destaca a XP em relatório divulgado nesta segunda-feira.
O projeto, apontado pela XP como uma alternativa para a Braskem (BRKM5), tramita na Câmara dos Deputados e pode trazer estímulos fiscais e de modernização para a indústria química sustentável no Brasil.
