O Bradesco (BBDC4) reportou uma queda de 11,5% no lucro líquido recorrente do terceiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 4,621 bilhões – 2,3% maior do que o registrado no segundo trimestre deste ano.
A carteira de crédito do Bradesco – total de recursos que o banco tem emprestado – recuou 0,1% na comparação anual, retrato de maior seletividade, e ficou em R$ 877,5 bilhões.
“A política de concessão de crédito está produzindo safras com maior qualidade, permitindo a intensificação da atividade comercial. Com isso, elevamos os níveis de produção e a capacidade de geração de receitas com uma melhor inadimplência de curto prazo pelo segundo trimestre consecutivo, bem como a inadimplência das novas safras orbitando nos menores níveis históricos”, diz o banco no comunicado enviado junto das demonstrações financeiras.
Cotação BBDC4
No período, o segundo maior banco privado do país mostrou maior estabilidade nos indicadores de inadimplência do Bradesco, que haviam subido mais do que os concorrentes no decorrer do último ano. O índice de inadimplência de 15 a 90 dias ficou em 4,1%, uma melhora de 0,3 p.p. enquanto o índice de inadimplência acima de 90 dias caiu 0,1 p.p. para 5,6%.
A receita de serviços do Bradesco saltou 4,1% ante o segundo trimestre e 2,9% na comparação anual, terminando setembro com R$ 9,1 bilhões.
De acordo com o banco, o crescimento veio de linhas como as de cartão, administração de fundos e de consórcios. A maior linha, a de rendas de cartão, cresceu 2,2% em um ano, para R$ 3,677 bilhões, desempenho que o Bradesco atribui ao aumento do volume transacionado, que subiu 2% em um ano, para R$ 80 bilhões.
O Bradesco afirma que os cartões têm ganhado participação na base de clientes, em especial na alta renda, que ganhou 9 pontos porcentuais de participação na carteira do produto em 12 meses.
Em administração de fundos, a receita subiu 6,6%, para R$ 844 milhões. Em consórcios, teve alta de 23,3% em um ano, para R$ 588 milhões.
Em contas correntes, o Bradesco apurou R$ 1,726 bilhão em receitas, volume 9,5% inferior ao do mesmo período do ano passado, o que, segundo o banco, reflete a estratégia de adequar a oferta ao perfil do cliente. “Ainda há uma pressão em linhas importantes de receita, como a de contas correntes”, disse o diretor de Relações com Investidores e Controladoria do Bradesco, Carlos Firetti, em podcast para comentar os resultados do banco.
Em subscrição e assessoria financeira, o banco teve receitas de R$ 526 milhões, volume 139,1% maior que o do terceiro trimestre de 2022. É nesta linha que são contabilizadas as comissões obtidas em operações no mercado de capitais.
Neste caso, segundo o Bradesco, o crescimento veio da assessoria a 89 operações no trimestre, com volume total de R$ 108 bilhões. A maior parte, ou R$ 86 bilhões, foi em operações de renda fixa.
Despesas operacionais têm alta
Já as despesas operacionais também apresentaram alta, sendo 2,7% na comparação trimestral e 8,1% na anual, finalizando o terceiro período do ano em R$ 13,4 bilhões.
O ROAE (sigla em inglês para “Return on Average Equity”, ou retorno sobre patrimônio médio). encerrou o trimestre em 11,3%, uma alta de 0,2 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2022.
O Índice de Eficiência Operacional (IEO) acumulado em 12 meses, subiu 2,1 p.p. em um ano e fechou o trimestre em 48,2%.
A margem financeira total do banco caiu 9,6% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 15,836 bilhões. Em um trimestre, houve baixa de 4,9%. O banco encerrou o terceiro trimestre com R$ 1,931 trilhão em ativos, crescimento de 2,1% no comparativo anual, e de 2,5% em três meses.
O patrimônio líquido do Bradesco foi a R$ 160,801 bilhões, alta de 2,5% em um ano. No trimestre, o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 11,3%, baixa de 1,7 ponto porcentual em um ano, mas uma alta de 0,2 p.p. em um trimestre.
Bradesco: lucro líquido recorrente em seguros é R$ 2,354 bi no trimestre, alta anual de 57,5%
As operações de seguros do Bradesco tiveram lucro líquido recorrente de R$ 2,354 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira. O resultado é 57,5% maior que o do mesmo trimestre do ano passado. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve baixa de 0,8%.
O resultado das operações de seguros, previdência e capitalização subiu 33,3% em um ano, para R$ 4,624 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do conglomerado no segmento foi de 23,9%, alta de 6,9 pontos porcentuais em um ano.
Os prêmios de seguros, contribuições de previdência e receitas de capitalização somaram R$ 16,689 bilhões, ainda de acordo com o Bradesco, volume 15,8% superior ao do mesmo período do ano passado. Em três meses, houve alta de 3,8%.
“O desempenho em seguros deve continuar no quarto trimestre, em linha com o guidance”, afirmou o diretor de Relações com Investidores e Controladoria do banco, Carlos Firetti, em podcast para comentar os resultados.
Os sinistros retidos totalizaram R$ 11,555 bilhões, 15,5% acima do mesmo trimestre do ano passado. O resultado financeiro da operação foi de R$ 1,744 bilhões, 19,4% maior que o do terceiro trimestre de 2022.
No terceiro trimestre deste ano, os seguros responderam por 50,9% do lucro do Bradesco, com o restante vindo da operação bancária.
Bradesco: Índice de Basileia é de 16% no trimestre, alta de 0,2 p.p. em um ano
O índice de Basileia do Bradesco encerrou o terceiro trimestre deste ano em 16%, alta de 0,2 ponto porcentual (p.p.) em um ano, e de 0,5 ponto em três meses, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, 9.
O banco atribui a variação trimestral à melhoria na geração de lucro, e também à redução dos ativos ponderados pelo risco. O índice de Basileia mede a solidez dos bancos frente aos riscos que assumem, e o índice mínimo exigido no Brasil é de 11,5%.
A entrada em vigor da resolução 229 do Banco Central, em 1º de julho, mudou o formato para o cálculo do capital necessário para fazer frente a determinadas linhas de crédito, como os cartões.
O Bradesco informa ainda que o capital de nível 1 era de 13,4% no terceiro trimestre, variação negativa de 0,2 ponto porcentual em um ano. No capital principal, a variação positiva negativa em 0,3 ponto, para 11,8%.
Com Estadão Conteúdo
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