Sem Buffett, a Berkshire desaba? Lucro despenca 59% no 2T25

A Berkshire Hathaway enfrentou um dos trimestres mais turbulentos de sua história recente. Após o anúncio da aposentadoria de Warren Buffett no início de maio de 2025 — e sua saída efetiva da liderança da empresa —, os resultados do segundo trimestre mostraram uma queda de 59% no lucro líquido, totalizando US$ 12,37 bilhões.

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A reação dos investidores foi imediata: as ações Classe A recuaram 14% desde maio, enquanto o S&P 500 subiu 11% no mesmo período. O chamado “prêmio Buffett” — a confiança do mercado em sua visão de longo prazo — parece estar se dissipando, alimentando questionamentos sobre o novo rumo da empresa sob a liderança de Greg Abel.

Buffett deixa a BERK34 e incertezas crescem

A empresa registrou perdas expressivas, incluindo uma baixa de US$ 3,8 bilhões relacionada à Kraft Heinz. Embora tenha tido US$ 6,36 bilhões em ganhos com investimentos no trimestre, fechou o semestre com prejuízo líquido de US$ 71 milhões.

Além disso, a Berkshire não realizou recompras de ações em 2025, o que para analistas é sinal de que a administração não vê mais as ações como atrativas. “A ação estava supervalorizada”, afirmou Christopher Bloomstran, da Semper Augustus Investments.

Warren Buffett, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, construiu ao longo de seis décadas uma das trajetórias mais icônicas da história dos mercados. Transformou uma fábrica têxtil em um conglomerado multibilionário com participações em empresas como Apple, Coca-Cola e American Express. Para saber mais sobre sua história, investimentos e filosofia, acesse o perfil completo do investidor neste link.

Greg Abel assume; desafio é manter o legado da Berkshire

O novo CEO assume em um momento de pressão por crescimento e direcionalidade. Bill Stone, da Glenview Trust, destacou: “O que realmente está se movendo neste mercado é a tecnologia, e sabemos que isso não é realmente a área dele”.

Com um caixa de US$ 344 bilhões, a Berkshire tem sido vendedora líquida de ações por 11 trimestres consecutivos. No período mais recente, vendeu US$ 1,2 bilhão em ações da VeriSign. Já a principal divisão de seguros registrou queda de quase 12% nos lucros de subscrição em relação ao ano anterior.

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Maíra Telles

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