Azul (AZUL4) dispara mais de 60% e entra em leilão; entenda
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As ações da Azul (AZUL4) estão disparando nesta segunda-feira (8) e lideram os ganhos do Ibovespa. Por volta das 15h, os papéis da companhia aérea subiam mais de 60%, negociados a R$ 1,88.

A forte valorização levou as ações da Azul a entrarem em leilão. Esse mecanismo da B3 ocorre quando há oscilações muito bruscas em curto período de tempo, a fim de conter a volatilidade e permitir que o mercado ajuste ordens de compra e venda.
No acumulado de 2025, apesar da alta de hoje, os papéis ainda registram perdas expressivas, superiores a 50%.
Por que as ações da Azul (AZUL4) estão subindo?
A disparada da companhia aérea pode estar ligada a um efeito conhecido no mercado como short squeeze. Esse movimento ocorre quando investidores que haviam apostado na queda da ação se veem obrigados a recomprar os papéis, diante de uma alta inesperada, o que amplia ainda mais a pressão compradora e acelera a valorização.
“O principal fator, na minha visão, para a alta das ações foi um short squeeze. Havia um número grande de ações alugadas (posições vendidas), e os investidores foram forçados a recomprar os papéis à medida que subiam, alimentando ainda mais a valorização”, explica Jhonatas Deodato, planejador financeiro, especialista em investimentos e MBA em Finanças pela FBNF.
Segundo ele, este movimento acontece quando investidores aproveitam o cenário otimista do mercado para ir às compras e aproveitar as ações consideradas “baratas”.
Além disso, o especialista destaca ainda dois outros pontos que podem estar contribuindo para o movimento de alta das ações: a queda no preço do petróleo e as expectativas de corte de juros nos Estados Unidos, que aumentaram o apetite ao risco.
“A queda do preço do petróleo também ajuda a reduzir os custos operacionais com combustível, que representam uma fatia relevante para companhias aéreas. E a valorização do real frente ao dólar favorece a Azul, já que boa parte de suas despesas é em moeda estrangeira, como leasing de aeronaves”, pontua ele.
Outro ponto em discussão é a relação da Azul com a Gol. Na semana passada, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu prazo de 30 dias para que as empresas notifiquem o órgão sobre o acordo de compartilhamento de voos (codeshare) firmado no ano passado, o que gera expectativas de possíveis desdobramentos estratégicos no setor.
Em meio ao avanço das ações da Azul (AZUL4), os papéis da Gol (GOLL54) também registram forte valorização. Por volta das 15h, os ativos subiam mais de 38%, a R$ 8,40, também entrando em leilão na B3.