Americanas (AMER3) deixa bancos de lado e pede à Justiça para priorizar dívidas trabalhistas e PMEs

A Americanas (AMER3) pediu à Justiça para priorizar o pagamento das suas dívidas trabalhistas e dos débitos com pequenas e médias empresas (PMEs). Na quinta (16), a varejista disse que esses compromissos estão avaliados em R$ 192,4 milhões e os passou na frente dos compromissos com os bancos.

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Em comunicado enviado à imprensa, a empresa explicou que as dívidas serão totalmente quitadas com os recursos do financiamento DIP realizado pelos acionistas de referência Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

“A Americanas buscou essa solução por entender que sua recuperação judicial tem provocado efeitos socioeconômicos relevantes no funcionamento desses pequenos negócios e no ecossistema onde estão inseridos, muitos deles dependendo exclusivamente dos pagamentos da companhia e suas recuperandas, assim como no caso dos credores trabalhistas”, ressaltou a empresa.

A empresa lembra ainda que o valor total para a quitação dessas dívidas é bastante reduzido frente ao total de créditos da recuperação judicial.

No comunicado, a varejista argumentou que a aprovação dessa ideia pela Justiça “fortalecerá ainda mais os esforços para a construção de consenso para o pagamento dos credores inseridos na classe 3, em que estão listados os créditos mais expressivos, e que será apresentado na forma do Plano de Recuperação Judicial oportunamente”.

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Recuperação judicial da Americanas

A guerra entre os bancos e a Americanas segue a pleno vapor no mercado. Na quinta (16), os acionistas de referência fizeram a proposta de uma capitalização de R$ 7 bilhões. Contudo, os bancos esperam um mínimo de R$ 15 bilhões, o que representa quase 10% da fortuna dos empresários.

De acordo com os dados coletados pelo Suno Notícias no ranking de bilionários da Forbes, atualmente, o patrimônio dos bilionários está avaliado nas seguintes cifras:

  • Jorge Paulo Lemann e família: US$ 15,5 bilhões;
  • Marcel Telles e família: US$ 10,5 bilhões;
  • Carlos Alberto Sicupira e família: US$ 8,5 bilhões;

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Dessa forma, a fortuna dos acionistas de referência da Americanas seria de US$ 34,5 bilhões, cerca de R$ 172,5 bilhões.

A Americanas está em recuperação judicial com uma dívida que supera os R$ 40 bilhões. A proposta de R$ 15 bilhões corresponde a cerca de 8,7% da fortuna dos empresários. Porém, até o momento, Lemann, Telles e Sicupira não toparam dar o braço a torcer nesse patamar esperado pelos bancos.

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Erick Matheus Nery

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