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Ambev (ABEV3) ‘zerou’ oportunidade de decolar? Veja o que XP, BofA e Citi esperam do resultado trimestral

Ambev (ABEV3) anuncia programa de recompra de até 24 milhões de ações

Ambev (ABEV3). Foto: Divulgação

A produção de bebidas alcoólicas da Ambev (ABEV3) veio 6% abaixo das expectativas da XP para o mês de março. Esta atualização regrediu os ânimos dos analistas para o balanço trimestral da companhia, “basicamente cortando a zero os riscos altistas”.

O resultado da Ambev do primeiro trimestre deste ano (1T24) deverá ser divulgado na próxima quarta-feira (8), antes da abertura do mercado.

Após meses de números fortes superando expectativas do mercado, conforme afirma relatório dos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, a produção de bebidas reduzida foi vista com cautela.

“Nosso modelo de regressão sugeria anteriormente volumes 4,4% acima do que estamos projetando para a AmBev para os trimestres restantes, enquanto agora projeta ~1,2%”, afirma o relatório. O texto pondera: “Embora consideremos isso uma má notícia, achamos que ainda é cedo para supor uma indústria mais fraca no futuro.”

Segundo os analistas da XP, as ações da Ambev têm sido negociadas a múltiplos atrativos por muitos trimestres e a confirmação de uma dinâmica positiva de resultados é o gatilho que falta.

Ambev (ABEV3) reverte expectativas para o trimestre

No início de março, logo após a divulgação dos resultados do 4T23, analistas da XP, BB Investimentos e Bank of America levantaram a bola de que o mercado estaria diante de um momento bom para compra de ações ABEV3, a preços “descontados.”

“Não seja muito míope concentrando-se apenas nos custos”, foi a recomendação do BofA. “As previsões de custo foram decepcionantes, mas o Ebitda ex-LAS [excluindo a região da América Latina do Sul] deve crescer 16% em 2024, após crescer 20% em 2023.”

Essa visão, contudo, aparenta ter tomado outros rumos para algumas casas de análise. De abril para cá, o Itaú BBA, Banco Safra e até a própria XP reforçaram uma análise de piora para a companhia, controlada pela AB InBev.

Os analistas do Safra alertavam para alguns detratores dos ativos, principalmente a crise econômica na Argentina e a indústria fraca no país vizinho e no Canadá; a mudança na legislação dos Juros sobre Capital Próprio, que abalam o “escudo fiscal que proporcionam”; e a reforma tributária – que impacta nos subsídios fiscais estaduais.

Segundo o BofA, estes são os principais pontos da lista de incertezas que derrubaram a ação em cerca de 17% nos últimos cinco meses.

Citi segue otimista para ABEV3

Os dados setoriais de produção divulgados pela Ambev não foram tão impactantes na visão dos analistas do Citi, Renata Cabral, Simon Hales, Tiago Harduim, Tomas Dragicevic e Carolina Zelaya.

Na comparação de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, a queda foi de 3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A casa, contudo, considera que a produção acumulada no ano de 2024 ainda representa um crescimento de 3% em relação à mesma época de 2023.

O crescimento dos volumes da Heineken no Brasil, entretanto, é um ponto de atenção, pois pode indicar uma perda de participação de mercado para a Ambev.

ABEV3: Comprar ou vender?

O Citi mantém a sua visão otimista com recomendação de compra para as ações ordinárias da Ambev (ABEV3), com preço-alvo de R$ 15,50, potencial de alta de cerca de 25%

Em linha parecida, a XP também recomenda a compra dos papeis, com um preço alvo de R$ 16,20 por ação.

O Banco Safra, por sua vez, reiterou em abril a posição de “venda” (underperform) para a Ambev, tendo em vista que a pressão sobre os lucros da companhia ainda deve pesar sobre o preço do ativo.

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