Valor da alíquota do IVA criado pela reforma tributária gera dúvidas; Entenda

O novo valor da alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) aprovado no texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) deixou dúvidas quanto à sua taxa. O documento foi aprovado pelo Senado Federal nesta quarta-feira (8).

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O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), foi à tribuna durante a votação para esclarecer questões e rebater críticas feitas pelo líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN). Durante o encontro, Marinho afirmou que a nova taxa do IVA seria a mais alta do mundo.

Alíquota do IVA pode ser a maior do mundo?

“Farinha pouca, meu pirão primeiro. Quem teve condições de gritar e brigar, fazer o lobby funcionar, está contemplado com exceções, aqueles que não tiveram essa forma serão obrigados a ter a maior carga tributária, pasmem senhores, a maior do mundo”, atacou Marinho sobre a nova alíquota do IVA definida.

Do lado contrário, Randolfe adotou um tom professoral e usou de folhas de papel com as siglas dos impostos para explicar que os tributos da reforma tributária de 2023 equivalem a uma alíquota de 34,4%.

A última previsão do Ministério da Fazenda é de que a alíquota poderia ir para 27,5%, mas a estimativa foi feita antes das alterações feitas na reta final da votação da PEC da reforma tributária.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa alíquota colocaria o Brasil no topo do ranking mundial, acima da Hungria, a primeira colocada, com 27%. Braga afirmou que vai pedir um novo estudo à Fazenda sobre a alíquota.

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Novos impostos da reforma: IBS, CBS e Imposto Seletivo (IS)

A PEC 45 altera a tributação dos impostos que incidem sobre o consumo e cria um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), substituindo o ICMS dos Estados e o ISS dos municípios; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em substituição de PIS, Cofins e IPI, que são federais.

Um terceiro tributo, o Imposto Seletivo (IS), também conhecido como “imposto do pecado”, incidirá sobre produtos danosos à saúde e ao meio ambiente. O Senado incluiu na lista o IS-Extração, que incidirá sobre a extração de recursos não renováveis, como minério e petróleo; e a Cide, tributo que já existe, poderá incidir sobre importação, produção ou comercialização de bens que concorram com itens produzidos na Zona Franca de Manaus.

Também foi criada uma contribuição sobre produtos que integram a pauta de exportação dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará.

Quando a nova alíquota do IVA da reforma tributária passa a valer

A reforma tributária em discussão neste ano de 2023 entrará em vigor por partes para os consumidores.

Em 2026, a CBS começa com uma alíquota de teste de 0,9%, e de 0,1% para o IBS. No ano seguinte, em 2027, o PIS e Cofins – dois tributos federais – serão finalmente extintos. A transição do IBS será mais lenta e só terminará em 2033.

O prazo da transição é um dos alvos dos críticos da reforma, que argumentam que as empresas terão de conviver por vários anos com uma quantidade de impostos dobrados. A queixa é de que a reforma não simplifica, mas troca “seis por meia dúzia”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava ausente das negociações diretas da reforma tributária, entrou em campo na reta final e recebeu senadores para uma reunião no Palácio do Planalto. E foi um dos defensores da manutenção dos incentivos fiscais a montadoras do Nordeste.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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