Três empresas foram apresentadas neste domingo (29) em painel do Suno Invest como opções interessantes para quem deseja investir em ações. O painel foi conduzido por Vitor Pitz, consultor de investimentos da Suno, e trouxe informações detalhadas São duas companhias que atuam no agronegócio e uma gestora de shopping centers.
A 3tentos (TTEN3) é uma empresa relativamente jovem: foi criada em 1995 e listada em 2021 na B3. Ela começou com a venda de semestes para produtores no Rio Grande do Sul e hoje atua com produção e comércio de insumos, que inclui, além das sementes, os fertilizantes e defensivos agrícolas. “Ela está entre os principais distribuidores da Basf, o que permite benefício de escala e a manutenção de profissionais de qualidade num setor que requer muita especialização”, diz João Daronco, analista de ações da Suno Research.
Desde 2013, a 3tentos (TTEN3) também atua no segmento da agroindústria, com manuseio, armazenamento e processamento de grãos, o que permite acompanhar toda a jornada do produtor, do preparo da terra para o plantio até o manuseio e venda da colheita. “Em três anos, a companhia multiplicou em 2,5x sua receita, com um modelo de negócios bastante complexo”, completa Daronco.
O analista aponta que o agronegócio tem se mostrado um segmento resiliente, com enorme potencial para ampliar seu faturamento, devido ao aumento da população, que ampliará a demanda por alimentos, e da renda per capita, que permitirá a essa população cada vez maior buscar itens de maior valor agregado, como proteínas.
Ações para investir: agro com potencial de crescimento
A indústria voltada para o agronegócio também apareceu na fala de Werner Roger, CIO da Trígono Capital. Ele apresentou a Kepler Weber (KEPL3), empresa que completa 100 anos de fundação em 2025 e que, depois de atuar em diversos setores de metalurgia, se especializou no agro a partir dos anos 1950.
Especializada em soluções pós-colheita, que incluem beneficiamento e transporte de grãos, a empresa vem ampliando sua eficiência operacional nos últimos anos e tem estimativa de triplicar seu valor de mercado em até uma década. “O Brasil tem um cenário positivo para expandir ainda mais sua presença no agronegócio global, especialmente pelas boas relações com a China”, explica Roger.
No segmento de shopping centers, a Allos (ALOS3) foi a selecionada por Roberto Esteves, diretor de Relações com Investidores (RI) da Guepardo Investimentos. Ele aponta que a tese da empresa exige disciplina de investimento, uma vez que os ganhos do setor oscilam de acordo com o cenário macroeconômico.
No geral, porém, a Allos (ALOS3) construiu seu portfólio de forma a apresentar resultados consistentes. São 46 shoppings de propriedade da empresa, além de outros 12 sob gestão. “Dá para ganhar dinheiro em empresas sem graça, obtendo rendimentos recorrentes”, brincou o especialista.
Com receita de R$ 2,7;bilhões em 2024, a Allos é a fusão de três grandes administradoras de shoppings — Aliansce, Sonae e BR Malls, a última adquirida em 2023 com recursos captados num follow on realizado em 2019. “A empresa não teve pressa e fechou o negócio em melhores condições após a mudança de cenário provocada pela pandemia de Covid-19”, explicou.
Entre os pontos positivos, Esteves apresentou a pulverização das receitas, em que nenhum shopping é responsável por mais de 5% da arrecadação, a sinergia apresentada após a unificação das empresas, que permitiu um reajuste consistente nos aluguéis, e a ampliação da arrecadação com estacionamento e mídia publicitária dentro dos shoppings. “A gente acredita que a empresa está muito descontada e que o bom momento é agora, vale mais a pena do que cair no canto da sereia do CDI alto”, completa Roberto Esteves.
Atenção: esta matéria não é uma recomendação de investimentos, apenas um registro de uma análise feita por especialistas sobre ações de empresas listadas na B3.
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