IRB (IRBR3) cai 14%; veja as maiores quedas de ações do Ibovespa em agosto

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiras da bolsa de valores, terminou agosto com uma alta mensal de 6,16%, aos 109.523 pontos. A pontuação máxima mensal foi de 114.375 pontos, enquanto a mínima foi de 101.694 pontos.

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Esse foi o melhor desempenho mensal do Ibovespa desde janeiro de 2022, quando o índice teve uma alta de 6,98%. Assim, o mercado de ações continua em recuperação, perante as fortes baixas dos meses de abril e junho, de 10,10% e 11,50%, respectivamente.

Algumas companhias que fazem parte do Índice Bovespa brilharam em agosto, principalmente as “ações de crescimento”, influenciadas de forma positiva com os sinais de queda dos juros básicos no Brasil.

Ao considerar o núcleo da inflação no Brasil, se observa que ela continua resiliente, no entanto, a tese da proximidade do fim do ciclo de alta dos juros brasileiros ganhou força no mercado em agosto.

Essa sinalização gerou um cenário mais otimista nos mercados, mas as preocupações com os índices inflacionários permanecem no radar, sobretudo no exterior. Esse cenário externo trouxe uma baixa no Ibovespa no final do mês.

O avanço do índice até o dia 18 do último mês era de mais de 10%. Em seguida, apresentou queda entre os dias 19 e 22, voltando posteriormente a se recuperar até o dia 25. Desde então, o principal índice de ações brasileiras continuou em baixa até o final do mês.

Mesmo com poucas ações tendo quedas acentuadas no período, alguns papéis de companhias de commodities terminaram em baixa.

Isso ocorreu em meio ao recuo mensal no preço do petróleo em mais de 8%, enquanto o minério de ferro teve uma performance negativa de 11,5%, trazendo um pior desempenho para as cotas de empresas relacionadas às commodities.

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Ações do Ibovespa que mais caíram em agosto

As 5 ações do Ibovespa com os piores desempenhos em agosto chegaram a ter quedas a partir dos 7%. Nesse caso, o principal destaque foi a Braskem (BRKM5), com uma desvalorização de 17,01%, liderando as perdas mensais. Vale destacar que no mês anterior a empresa já vinha de uma variação negativa de 1,48%.

O IRB Brasil (IRBR3) também ficou entre os principais destaques de baixa em agosto, com desvalorização de 14,14%, dando continuidade à queda de 5,91% em julho.

Além disso, as ações da Suzano (SUZB3) recuaram 8,35%, e os papéis da Telefônica (VIVT3) caíram 7,76%, se desvalorizando pelo segundo mês consecutivo, já que no mês anterior variaram 4,73%. A Natura (NTCO3) teve uma queda de 7,75%, após subir 16,10% em julho.

Em resumo, as ações com as maiores quedas do Ibovespa em agosto foram:

  • Braskem (BRKM5): -17,01%
  • IRB Brasil (IRBR3): -14,14%
  • Suzano (SUZB3): -8,35%
  • Telefônica (VIVT3): -7,76%
  • Natura (NTCO3): -7,45%

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O que impulsionou a alta do IRB Brasil, Natura e Suzano?

No caso da Braskem, a queda de suas ações veio em meio a baixa nos preços de commodities, assim como pelas repercussões em torno dos rumores de venda de participação da Petrobras (PETR4) na empresa.

Outro fator que impactou na variação das ações da Braskem foi a redução do Imposto de Importação em cinco insumos industriais. Nesse caso, três produtos da empresa foram influenciados.

A companhia também divulgou seu resultado do 2T22, registrando um prejuízo de R$ 1,4 bilhão nesse período.

A performance negativa das ações do IRB aconteceu em meio aos rumores de aumento de capital para enquadramento regulatório, que foi confirmado pela companhia após realizar a operação.

Além disso, a empresa apresentou uma oferta primária de 597 milhões de ações, o que poderia gerar uma capitalização de R$ 1,2 bilhão, com a chance desse montante ser aumentado em até 200%, quase 1,2 bilhão de ações, o que possibilitaria um desconto relevante nos ativos.

Em seu balanço trimestral, o IRB mostrou insuficiência em seu patrimônio líquido ajustado perante ao capital mínimo requerido de R$ 614 milhões. A empresa também não se enquadrou na cobertura de provisões técnicas e na liquidez regulatória no montante de R$ 730 milhões.

Já as ações da Suzano foram afetadas com a perspectiva de analistas para a queda nos preços do papel e da celulose, em meio a redução da atividade econômica europeia e uma desaceleração no crescimento do consumo da China desses produtos.

Além disso, há a expectativa  de um incremento na oferta de celulose para os próximos meses.

Os resultados da Natura e da Telefônica representaram um dos fatores que mais impactaram o preço de suas ações, já que os números mostrados acabaram não sendo tão expressivos.

João Vitor Jacintho

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