A Ultrapar (UGPA3) comunicou ao mercado que sofreu ontem um ataque hacker em seu ambiente de tecnologia de informação. A companhia informou que “preventivamente interrompeu alguns sistemas”.
Com a interrupção, as operações das subsidiárias da Ultrapar foram parcialmente afetadas, conforme informa o fato relevante da empresa. Dessa forma, a companhia está operando em regime de contingência como modo de minimizar eventuais impactos.
“A Ultrapar está avaliando a extensão desse incidente e atuando para mitigar seus efeitos empreendendo todos os esforços para normalizar suas operações”, informou o documento.
Ataque hacker contra empresas brasileiras
Os ataques hackers contra empresas brasileiras têm sido mais reportados ao longo dos últimos meses. Só no ano passado, empresas como Natura, Catho, Braskem (BRKM5), Aliansce Sonae (ALSC3) e Embraer (EMBR3) informaram que foram vítimas de ataques cibernéticos.
Segundo o levantamento realizado pela companhia de cibersegurança russa Kaspersky, o número de ataques contra empresas no Brasil disparou no ano passado. O País foi alvo de mais de 60% dos ataques hackers identificados na América Latina.
A Aliansce Sonae foi atingida por ataques cibernéticos em maio. Segundo a administradora de shoppings3, a invasão não teve impacto relevante sobre as operações.
Já em meados de junho, a Avon, subsidiária do grupo Natura &Co. (NTCO3) informou ao mercado que havia sofrido um incidente cibernético em seu ambiente de tecnologia da informação, fazendo com que suas operações fossem impactadas.
No mesmo mês, a Catho, empresa de classificados de empregos, afirmou aos seus clientes que uma parte de sua base de dados foi invadida. Apesar do ataque hacker, a Catho destacou que dados de pagamento, bem como currículos de seus usuários não foram expostos.
Em outubro, a Braskem sofreu uma invasão, após a identificação do ataque a empresa,. Como medida de precaução, interrompeu o acesso a alguns dos seus servidores o que fez com que as operações fossem impactadas.
Já no mês passado, a Embraer informou ao mercado que os hackers, que invadiram os sistemas da companhia, começaram a vazar os dados na internet após a fabricante de aeronaves ter se recusado a negociar o pagamento aos criminosos.
Empresas do setor elétrico também são alvos de ataques cibernéticos
As companhias do segmento energético acabam sendo alvos preferenciais dos criminosos em todo o mundo por serem considerados serviços essenciais. Dessa forma, espera-se que haja maior chance de pagamentos de resgates, cobrados em criptomoedas, segundo o levantamento da Kaspersky.
Por aqui, grandes empresas do setor elétrico também foram atingidas por esse tipo de ataque cibernético, como as domésticas Energisa (ENGI11), Light S.A (LIGT3) e CPFL Energia (CPFE3) e as europeias EDP Brasil (ENBR3) e Enel.
A Energisa teve seus sistemas invadidos em abril, os criminosos pediram R$ 5 milhões de recompensa em Bitcoin, segundo o site The Hack. A empresa confirmou a invasão mas não comentou sobre o pedido de resgate.
Já a Light foi vítima em junho de um ataque de vírus. Os hackers invadiram o sistema e enviaram um vírus que criptografava todos os arquivos do sistema Windows. Os criminosos pediram um resgate de US$ 7 milhões, que deveriam ser pagos em criptomoedas, segundo a revista “Veja”. A empresa confirmou o ataque mas não comentou sobre o pedido de resgaste.
No mesmo mês, os cibercriminosos que operam o ransoware Maze publicaram em seu site informações indicando que invadiram a empresa de distribuição de energia CPFL.
Não somente empresas no Brasil, mas órgãos públicos como o Superior Tribunal de Justiça (STF) também foram vítimas de invasão de hackers. O ataque, que aconteceu em novembro, resultou na interrupção de diversos julgamentos e suspensão de prazos processuais.
Após a notícia, por volta das 11h50, as ações da Ultrapar caíam a 0,92%, negociadas a R$ 23,57. Por sua vez, o Ibovespa tinha alta de 0,22%, a 123.441,28 pontos.
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