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Trump: China irá ‘comer tarifas’ impostas aos EUA se quiser negociar

Trump assina ordem executiva

Donald Trump - Foto: Casa Branca

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a China irá “comer as tarifas” que impôs contra bens americanos, caso queiram fazer negócios com o país. “Em 125%, eles não podem negociar conosco”, disse, ao defender sua política tarifária em entrevista para a ABC News.

Trump acrescentou que o nível de 145% de tarifas dos EUA sobre bens chineses “é bom”. “Eles se aproveitaram de nós mais do que qualquer um. A União Europeia também estava aproveitando”, afirmou.

O presidente norte-americano reiterou que o país está “fazendo bilhões de dólares” com as tarifas, principalmente sobre a China. Questionado se acredita que está excedendo seu poder contra a vontade da população, Trump se defendeu alegando que essa estratégia fez parte da sua campanha eleitoral. “A população pediu por isso quando me elegeu, prometi lutar contra abusos de outros países”, disse.

“Tudo vai ficar bem com os EUA e economia. Se nosso país ficasse como antes, teria uma implosão. Nós estávamos com a pior inflação da história, com pessoas morrendo por isso, agora os preços de alimentos, energia estão caindo, tudo caminha na direção certa”, concluiu o republicano.

Na véspera, Donald Trump havia informado que o país vem mantendo “ótimas conversas” com a Índia e disse acreditar que já há um “acordo sobre as tarifas” com a nação asiática. O republicano acrescentou que deve discutir o tema também com o primeiro-ministro da Austrália. As declarações foram feitas a jornalistas em frente à Casa Branca, antes de embarcar para Michigan, onde realizou um comício em comemoração aos seus 100 primeiros dias de governo.

Trump assina ordem executiva para montadoras

Também na terça-feira (29), a Casa Branca anunciou que o presidente Donald Trump assinou uma nova ordem executiva com o objetivo de evitar o “efeito cumulativo” de tarifas sobrepostas aplicadas a automóveis e peças automotivas importados. O decreto também terá efeito retroativo sobre mercadorias sujeitas a tarifas anteriores “em ou após 4 de março de 2025”.

Em comunicado, o governo Trump destacou que a medida visa garantir que as tarifas “não se acumulem excessivamente” sobre os mesmos produtos, evitando que as taxas ultrapassem o necessário para alcançar os “objetivos políticos” do governo. “Embora cada uma dessas ações tenha um propósito distinto, determinei que, quando aplicadas ao mesmo artigo, essas tarifas não devem ter um efeito cumulativo”, afirmou Trump no texto da ordem.

A ordem executiva determina que automóveis e peças, já tributados em decreto anterior, não estarão sujeitos a tarifas adicionais de outras medidas, como àquelas voltadas ao combate de drogas ilícitas ou às importações de metais. Da mesma forma, produtos taxados por medidas de segurança nacional, como os relacionados às fronteiras norte e sul, não terão cobranças extras sobre aço e alumínio.

Por exemplo, um carro importado que já paga tarifa por decisões de segurança nacional não será mais taxado adicionalmente por medidas relativas ao aço ou a drogas ilícitas. O mesmo se aplica às peças automotivas.

Entretanto, a ordem mantém uma exceção importante: as tarifas sobre aço e alumínio poderão ainda ser aplicadas simultaneamente, mesmo que o mesmo produto seja afetado por ambos os regimes. Isso significa que, por exemplo, uma chapa de aço usada na fabricação de automóveis poderá continuar sendo taxada tanto pelo decreto que regula o metal quanto por outras medidas, como as tarifas de segurança nacional.

Com Estadão Conteúdo

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