A Suzano (SUZB3) reportou um lucro líquido de R$ 5 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), revertendo o prejuízo de R$ 3,8 bilhões do 2T24. O EBITDA ajustado da empresa ficou em R$ 6,1 bilhões, com um crescimento de 25% em relação ao 1T25, embora tenha apresentado queda de 3,2% comparado ao ano passado.
As vendas de celulose e papel impulsionaram o resultado, com crescimento de 28,4% a/a e 23,4% a/a, respectivamente. Mesmo com os preços da celulose mais baixos (-20% a/a em US$), o preço médio da celulose foi de US$ 555/t, refletindo um bom desempenho da Suzano Packaging US e do mercado interno.
Para Mary Silva, analista do BB Investimentos, a empresa reportou um resultado positivo. ”Com incremento de volumes e avanço nas margens operacionais em ambos os segmentos em relação ao 1T25, embora tenha apresentado queda na comparação com os números robustos do 2T24”, completou Mary.
Análises: Perspectivas e desafios para a Suzano (SUZB3)
A divisão de celulose teve um bom desempenho, com vendas de 3,27 milhões de toneladas, impulsionadas pela planta de Ribas do Rio Pardo. O custo caixa por tonelada caiu 3% em relação ao 1T25, para R$ 832, um reflexo das melhorias operacionais da companhia.
“A Suzano conseguiu reduzir custos e aumentar os volumes, o que é crucial no atual cenário desafiador do mercado de celulose”, disse a equipe do BTG Pactual.
O endividamento da Suzano se manteve estável, com dívida líquida de R$ 70,8 bilhões, mas a empresa anunciou uma redução da dívida líquida e um aumento no caixa de R$ 4 bilhões. No entanto, a alavancagem financeira ficou em 3,1x, ligeiramente acima do trimestre anterior.
Foco em expansão e ajustes para o futuro
A Suzano também anunciou a revisão de seu capex para 2025, que passou para R$ 13,3 bilhões, com uma transação de troca de ativos biológicos com a Eldorado Brasil Celulose, visando maior eficiência e redução de custos com madeira. Além disso, a companhia revelou uma redução de 3,5% na produção de celulose devido ao ambiente mais desafiador no mercado.
Apesar de um cenário adverso no mercado de celulose, com os preços caindo na China e outras regiões, a Suzano anunciou um aumento de US$ 20/t no preço da celulose para os clientes asiáticos, o que pode ajudar a impulsionar seus resultados no futuro.
“A redução nos custos e a competitividade de nossa planta de Ribas do Rio Pardo colocam a Suzano em uma posição vantajosa para superar o cenário atual”, concluiu o Itaú BBA.
As ações da Suzano têm mostrado desempenho abaixo do esperado em 2025, com queda acumulada de 116,4%, em contraste com a alta de 11,9% do Ibovespa no mesmo período. No entanto, os analistas continuam confiantes na recuperação da companhia, considerando sua posição de liderança no mercado global de celulose.
“A Suzano (SUZB3) segue como uma ação estratégica no longo prazo, com boa geração de fluxo de caixa e sólida base operacional”, concluíram os analistas do BTG Pactual.
Notícias Relacionadas