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Servidores do BC farão ‘apagão’ de 24 horas em janeiro, promete sindicato da categoria

Banco Central: decisão do Copom corta Selic.

Banco Central, decisão do Copom. Foto: iStock

Os servidores do Banco Central (BC) aprovaram nesta quinta-feira, 29, em assembleia geral, a realização de uma greve de 24 horas na instituição no próximo dia 11, conforme informações do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal).

Para a categoria, o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) tem tratado a pauta de reivindicações dos funcionários com “descaso”. Ao mesmo tempo, alegam os trabalhadores do BC, a Pasta tem feito concessões assimétricas a outras categorias, citando especificamente os policiais federais e auditores da Receita Federal. “Enquanto para os servidores da PF e da SRF houve propostas concretas, para o BC só existiu enrolação”, trouxe a nota do Sinal.

Há meses, os servidores do BC já têm diminuído o ritmo de trabalho, o que vem causando atrasos nas divulgações de dados estatísticos da entidade. Eles alegam que a operação padrão também atrasará a entrega de atualizações e novas funcionalidades em temas caros à instituição, caso do Pix. Nos últimos tempos, porta-vozes do BC têm ido a público defender os servidores em todas as oportunidades possíveis. Até mesmo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e membros da diretoria colegiada já se manifestaram a favor da pauta dos trabalhadores.

“Diante do tratamento diferenciado, o corpo funcional do Banco Central vai cruzar os braços por 24 horas, com a expectativa de provocar um forte apagão em todos os serviços do órgão, com repercussões para o atendimento ao mercado e ao público”, informou o Sinal, citando cancelamento de reuniões com o sistema financeiro, possibilidade de problemas de manutenção em sistemas do BC e mais atraso de divulgação de informações.

Além disso, a categoria promete iniciar nesta sexta-feira, 29, o processo de lista de entrega de funções comissionadas. Os servidores detentores de tais funções vão assinar uma lista na qual se comprometem a entregar suas comissões em data futura, a ser definida, caso as negociações com o governo não avancem. Essas funções – como chefe de seção e de departamento, por exemplo – costumam ser gratificadas.

“Todo mundo vai entregar individual e simultaneamente suas funções comissionadas para poder dificultar a administração do Banco”, explicou ao Estadão/Broadcast o presidente do Sinal, Fábio Faiad. De acordo com ele, a expectativa com essa atuação é a de que haja um agravamento de todos os atrasos e interrupções, uma vez que faltará gerentes e coordenadores para assinarem e autorizarem a execução dos serviços.

Reivindicações dos servidores do BC

Entre os principais pleitos dos servidores do BC estão a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para o cargo de Técnico e mudança do nome do cargo de Analista para Auditor. De acordo com o Sinal, entre os possíveis impactos da greve estão: obstrução na gestão do Banco Central, resultando em atrasos e não entrega de serviços; possibilidade de prejuízo à manutenção do Pix, trazendo risco à continuidade dos serviços; maior impacto na conclusão de projetos em curso, como o Drex, supervisão de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo, e regulamentação de ativos virtuais; e possíveis adiamentos e suspensões de atividades com a participação dos agentes do mercado financeiro.

O Sinal destacou ainda a importância do Banco Central para a estabilidade econômica do País e a responsabilidade do governo em considerar equitativamente todas as carreiras estratégicas. Para Faiad, é urgente uma resposta do governo para corrigir as disparidades. Ele ressaltou ainda a disposição dos servidores em defender seus direitos. “Não faz sentido atender a apenas Receita Federal e Polícia Federal: o BC merece ser respeitado.”

Com Estadão Conteúdo

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